Presidida pelo vereador Carlos Leite (PT), CPI considera essencial o depoimento de representantes empresa, que recebeu R$ 10 milhões
Os vereadores petistas Carlos Leite e Izídio de Brito protocolaram um pedido de convocação judicial dos sócios responsáveis pela empresa ECL Engenharia e Construções Ltda., para que deponham na oitiva da CPI do Saae. Os responsáveis pela empresa já haviam sido convocados via ofício, se disponibilizado a comparecer. Contudo, voltaram atrás e disseram que não poderiam vir a Sorocaba para depor, uma vez que a sede da empresa situa-se em Brasília.
Carlos Leite, presidente da CPI do Saae, pede que a justiça determine que os responsáveis pela empreiteira que abandonou diversas obras em Sorocaba, venham até a cidade para prestar esclarecimentos. Eles deveriam ter sido ouvidos no dia 2 de julho, ocasião em que enviaram um advogado para avisar à CPI que não viriam. A Comissão Parlamentar de Inquérito chegou a abrir a sessão para a oitiva, como determina o regimento, para que então declarasse como faltoso o depoente.
De acordo com os levantamentos da CPI, a ECL abandonou ao menos quatro obras fundamentais para a estrutura de abastecimento e tratamento de água: a Estação de Tratamento de Água do Cerrado, que deveria ser ampliada; a reforma das adutoras da Serra de são Francisco (uma das quatro está até hoje desligada); a implantação do coletor-tronco do Rio Pirajibu, para garantir a coleta do esgoto que hoje é despejado in natura nele; e a construção da Estação de Tratamento de Esgoto de Aparecidinha (ETE ABC), que deveria estar em funcionamento.
Além disso, o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) ainda não conseguiu esclarecer os pagamentos realizados pela Autarquia à ECL por obras que jamais foram realizadas. São cerca de R$ 10 milhões de reais pagos a mais, sem contrapartida em serviços ou bens.
“Nesse aspecto, o depoimento de responsáveis pela ECL são fundamentais”, diz Carlos Leite. Isso porque existem divergências em relação ao pagamento desse valor. Informações passadas à CPI dão conta de que esse valor teria sido pago a mais, mas outras informações apontam que o montante de R$ 10 milhões foi utilizado para a compra de material metal-mecânico, que jamais chegou a Sorocaba e que até agora não se informou à CPI onde ele estaria.
“Por essas razões, precisamos do depoimento da ECL, para confrontar com as informações que obtivemos até agora e chegar a uma conclusão. Porque, até agora, a conclusão que temos é de que a ECL abandonou as obras levando R$ 10 milhões de reais que jamais foram revertidos para os fins que deveriam na cidade”, esclarece Carlos Leite.
(Assessoria de Imprensa -