Dispõe sobre denominação de “TOM JOBIM“ a uma praça pública de nossa cidade e dá outras providências.
JUSTIFICATIVA:
O músico brasileiro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, conhecido como Tom Jobim, era maestro, arranjador, compositor, pianista e cantor. Sempre foi um artista completo, antes mesmo de ser um dos criadores da Bossa Nova, no fim dos anos 50.
Devido às suas incontáveis virtudes artísticas, elevou o nome de nosso país internacionalmente, tanto que a crítica americana saudou-o como um dos melhores compositores do mundo: o severo crítico Leonard Feather, do “Los Angeles Times”, considera “Águas de Março” uma das melhores canções de todos os tempos.
O número de composições de Tom Jobim, que tanto enriquecem nossa cultura, em 45 anos de carreira, ultrapassa 500. Entre elas, dezenas de obras-primas que se ouvem no país e no mundo: “Garota de Ipanema”, “Wave”, “Desafinado”, “Corcovado”, “Retrato em Branco e Preto”, “Se Todos Fossem Iguais a Você”, entre outras.
Além desse incontestável talento musical, Tom Jobim era um ser apaixonado e identificado com a natureza.
A evidência dessa afirmativa, extrai-se da obra dedicada a ele pela Editora Index, “Visão do Paraíso”, que seus textos se traduzem numa bela memória da Mata Atlântica, provando sua infinita paixão pela natureza. Como exemplo, podemos citar: “Dindi”, Borzeguim” e “Águas de Março”, todas inspiradas na Mata Atlântica.
Tom Jobim afirmava categoricamente que o belo visual da Mata inspirava para fazer música. “Na Mata Atlântica a vida é
Pelos textos acima, constata-se a preocupação deste brasileiro com os destinos da natureza e o eterno conflito entre ela e o homem.
Tão significativo é o liame entre Tom e a natureza que José Pedro de Oliveira Costa, Presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, assim definiu o artista: “Tom Jobim dedica e dedicou à Mata Atlântica a mesma atenção, sensibilidade, toda a força de sua privilegiada inteligência, que emprestou à sua produção musical. Estar na mata, sentir o cheiro do mato, seu amor pela floresta, ver, cantar um resto de mato na luz da manhã é algo natural, tão verdadeiro nele como a sua arte. Ele discorre sobre a Mata Atlântica como quem fala de sua casa, ou conta embevecido sobre a primeira namorada. Discorre horas sobre a floresta encantada, pássaros, azulões, tico-ticos, a beleza da mata virgem, sua importância como guardiã da água e da vida. Diz coisas incríveis, de conhecimento profundo. É testemunha visual da devastação bruta ocorrida nas últimas décadas e se revolta com isto... A obra de Jobim é hoje uma das melhores coisas que acontecem na vida de um brasileiro... Sua música é uma descoberta única, glória nacional como a obra de Villa Lobos, de Caymi, como a Batalha dos Guararapes.”
Assim, a presente proposição objetiva render uma justa homenagem a esse brasileiro reconhecido tanto por nós como por tantos outros países, eis que, a arte, a cultura e o amor eterno à natureza não conhecem limites ou fronteiras.