01/06/2009 12h00
 

A Frente Regional de Estudos dos Efeitos da Crise Econômica, formada por vereadores, representantes de classes, Universidades, sindicatos, entidades do setor produtivo e do Governo Municipal, se reuniu nesta quarta-feira (27), no escritório do DIEESE, para mais uma reunião e apresentação de estudos referentes aos efeitos da crise financeira em Sorocaba e região.

 

Segundo Fernando de Lima, Coordenador do DIEESE, os dados do CAGED dos primeiros 4 meses de 2009 apontam que as empresas que mais fecharam postos de trabalho são do ramo metalúrgico e as que mais criaram foram as de serviços. Os dados apontam também que os níveis de demissões em Sorocaba estão no mesmo patamar de 2008, porém, houve diminuição na abertura de vagas e, consequentemente poucas contratações até abril de 2009.

 

Segundo o Dr. Ludwig Plata, Coordenador do curso de Economia da UNISO, as exportações das indústrias de Sorocaba estão diminuindo e, conseqüentemente, há diminuição no PIB. A avaliação do professor é de que haverá piora na economia por conta do cenário internacional que aponta queda no ritmo de crescimento das economias, em especial às dos Estados Unidos, principal destino da produção local e regional. Ainda segundo o professor, o município tem que estar atento para estes dados visto que no segundo semestre e por falta de novo contratos na indústria local, novas demissões poderão ocorrer e agora nos empregados com salários maiores, o que vai impactar diretamente no setor de serviço que tem mantido a demanda interna e os empregos do setor.

 

O vereador Vicenti di Santi Filho, vice-presidente da Câmara Municipal de Laranjal Paulista, representando os municípios da região, disse que o município já sente nas ruas a queda da atividade econômica e o desemprego na indústria de brinquedos e no setor agro-industrial da região, com conseqüências sociais já visíveis.

 

Segundo o coordenador da frente, vereador Hélio Godoy (PSDB), além da sensibilização nas Câmaras Municipais para o acompanhamento do quadro de crise na região será pedida maior participação do setor produtivo nas reuniões e solicitada uma agenda com o prefeito Vitor Lippi (PSDB), visto que Sorocaba é a principal cidade da região e o Poder Público local provavelmente sentirá, nos próximos meses, os efeitos da possível queda de arrecadação de forma mais acentuada.

 

“O município, do ponto de vista macro-econômico, pouco pode fazer para amenizar ou amortecer os impactos negativos da crise internacional, no entanto, poderá se antecipar e estudar a melhor forma de atuar para a manutenção dos serviços essências e investimentos no município”, ressalta Godoy. “Se a crise lá fora continua acentuada, e se verificarmos o principal destino das exportações brasileiras e da indústria de Sorocaba, com predomínio para os Estados Unidos, com cerca de 30%, e que está em crise, e ao mesmo tempo tendo na China a oportunidade de incremento nas exportações, porém estando esse país na 9ª posição das exportações da indústria de Sorocaba com apenas 2,39% da exportações locais (dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - SECEX)”, conclui o vereador.