08/06/2009 12h00
 

Os recursos hídricos precisam de leis que estabeleçam limites rígidos para sua exploração. Foi o que defendeu o geólogo Geraldo Hideo Oda, mestre em hidrogeologia pelo Instituto de Geociências da USP e técnico do Instituto Geológico do Estado, em palestra proferida na Câmara Municipal de Sorocaba, na tarde de segunda-feira, 8. O geólogo falou sobre os aqüíferos que abastecem o município e região.

 

Promovida pela Comissão da Água, sob a presidência do vereador João Donizeti (PSDB), a palestra contou com a participação dos vereadores Anselmo Neto (PP), Luís Santos (PMN), Geraldo Reis (PV) e Rozendo de Oliveira (PV). Também estiveram presentes Jussara de Lima Carvalho (secretária do Meio Ambiente), Geraldo Caiuby, diretor da SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) e Vinicius Rosa Rodrigues, do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), entre outros técnicos.

 

Para Geraldo Oda, o futuro dos recursos hídricos é preocupante. “Temos que elaborar legislações eficazes, que possam nortear sua exploração. Em primeiro lugar, temos que pensar na cobertura vegetal da área dos mananciais”, afirmou o geólogo. Segundo ele, o fluxo de água de um aqüífero, que depende da sua formação geológica, é um processo lento e a recarga pode demorar dezenas ou até centenas de anos.

 

Com base em estudos realizados no aqüífero Tubarão, o geólogo defende que a implantação de poços artesianos não ultrapasse quatro unidades por quilômetro quadrado e que sua profundidade média seja de 150 metros, com rebaixamento de nó máximo 30 metros. Sorocaba, com 376 poços legalmente cadastrados, teria ultrapassado esse limite ideal, uma vez que a área do município é de 449 quilômetros quadrados e o total de poços (considerando os clandestinos) deve chegar a 500, segundo afirmaram técnicos durante a palestra.

 

Como os próprios técnicos presentes ao encontro reconheceram, a questão das águas subterrâneas é um tema de muita complexidade e nem sempre é possível mapear um aqüífero com toda a precisão. Além disso, como foi enfatizado pelo diretor do SAAE, Geraldo Caiuby, o problema extrapola o município de Sorocaba e algumas soluções devem ser discutidas em âmbito regional.

 

A palestra do professor Gilberto Oda, devido à intensa participação, com muitas perguntas ao palestrante, acabou tendo quase um perfil de audiência pública, como observou o vereador João Donizeti. Segundo ele, o objetivo maior da palestra foi buscar subsídios técnicos para dar continuidade ao trabalho da Comissão da Água. Pensando em todas essas questões, a Comissão da Água da Casa já está organizando novos debates do gênero.