09/08/2011 20h13

Após vários convites do presidente Marinho Marte, Luis Claudio de Azevedo vai ao Legislativo e ouve apelo dos parlamentares por humanização no atendimento

 

O interventor do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), Luis Claudio de Azevedo, esteve na Câmara Municipal, tarde desta terça-feira, 9, a convite do presidente Marinho Marte (PPS) para responder aos questionamentos dos vereadores e da imprensa.

 

Acompanhado de sua equipe, formada pelo advogado, Taciano Varro, pelo administrador hospitalar, Fernando Cembranelli e pela enfermeira, Maria Rita da Silva, o interventor falou do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo grupo desde que assumiu a direção do CHS em 20 de junho e também sobre a situação que encontrou o hospital.

 

Segundo Luis Claudio de Azevedo, o objetivo da intervenção é levantar o diagnóstico e apresentar plano de ação para sanar as irregularidades e falhas no atendimento e salientou, durante toda a audiência, que sua visão é de gestão administrativa e não investigativa. “A idéia é olhar para frente com a preocupação de interferir na assistência final do usuário”, disse. Sobre todas as irregularidades existentes no CHS, o interventor foi taxativo ao dizer que a “instituição está doente”.

 

Em nome dos parlamentares, Marinho Marte agradeceu a presença do interventor e de sua equipe reiterando o pedido dos vereadores presentes de “restauração da dignidade no atendimento no Conjunto Hospitalar”. O presidente afirmou que o Legislativo vai acompanhar todo o processo de intervenção e fez uma solicitação para que a equipe retorne à Câmara para apresentação do relatório final com o diagnóstico do trabalho desenvolvido. “Que seja feita uma nova reunião como esta de hoje, da mesma forma clara, objetiva e democrática”, afirmou.

 

Questionamentos - Além do presidente Marinho Marte, que conduziu a audiência, participaram da reunião os vereadores: Rozendo Oliveira (PV), José Francisco Martinez (PSDB), Claudemir Justi (PSDB), Neusa Maldonado (PSDB), Francisco Moko Yabiku (PSDB), Francisco França (PT), Izídio de Brito (PT), José Crespo (DEM), Anselmo Neto (PP), Helio Godoy (PTB), Claudio do Sorocaba I (PR), Luis Santos (PMN) e Emílio Ruby (PMN).

 

Além de denúncias de mau atendimento, os parlamentares levantaram questões como jornada dupla de funcionários e falta de medicamentos de alta complexidade. Em resposta, o interventor afirmou que existem “vícios de comportamento” e assumiu que há  funcionários que batem ponto de frequência e saem do hospital.  “Uma minoria que faz a coisa errada é suficiente para fazer o estrago que vocês estão vendo. Estes funcionários não poderão continuar trabalhando conosco. Vamos impor controle, muitos vão se adaptar, outros, sair fora da estrutura”, explicou.

 

Com relação à falta de remédios de alto custo, informou que estes são de responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde.

 

Sobre a relação da PUC com os crimes divulgados na imprensa e referente a contratos fraudulentos, o interventor foi taxativo. “Não vim procurar culpado, as irregularidades serão corrigidas e de cunho judicial apontadas”, disse, destacando ainda que todos os contratos estão sendo revistos e esmiuçados.

 

Os vereadores questionaram ainda o fato de ambulâncias deixarem pacientes fora do hospital. O médico respondeu que de fato houve o que classificou como “incidente”, porém o fluxo já foi organizado. A demora nos atendimentos e procedimentos também foi confirmada pelo interventor.

 

Sobre seu relacionamento com os funcionários do Conjunto Hospitalar, o interventor afirmou que preza pela proximidade e que “medidas impostas sem discussão e sem base moral não obtém êxito” e que algumas medidas necessárias foram vistas como retaliação. “Quando a gente coloca regras é difícil abrir exceções, gerando distorção e desconforto, reação esperada” completou.