Presidente da Câmara cobra providências legais e audiência irá debater o tema com autoridades e a sociedade
A secretária da Juventude, Edith Maria Di Giorgi, esteve na Câmara Municipal após a sessão ordinária desta terça-feira, 13, para esclarecer a política de redução de danos desenvolvida no município.
Recentemente o vereador Helio Godoy denunciou que folhetos com instruções sobre como usar drogas injetáveis estavam sendo distribuídos diretamente no balcão das unidades do Território Jovem, no Jardim Nova Esperança, para toda a população, inclusive crianças. A secretária assumiu o erro de distribuição do material especificamente destinado a usuários de drogas e destacou que foram realizadas reuniões com todas as equipes da secretaria e da ONG Lua Nova, entidade executora, para evitar que o problema se repita.
Com relação ao folheto, que causou indignação entre os vereadores, o presidente da Câmara, vereador Marinho Marte (PPS), foi enfático quanto à gravidade do problema e a necessidade de medidas legais e práticas para apurar a irregularidade destacando que apenas reuniões não são suficientes.
Segundo a secretária, o material, erroneamente distribuído, tem conteúdo do Ministério da Saúde, dentro do programa DST AIDS nacional, e foi produzido em 2006, sendo parte dos agentes redutores de danos são ex-usuários de drogas.
O vereador Helio Godoy anunciou que no próximo dia 21 será realizada uma audiência pública para aprofundar o tema, inclusive com a participação da defensoria pública. “O que nos chocou é o fato desses folhetos, em momento algum dizerem ‘não use drogas’”, disse Godoy.
Já o vereador Irineu Toledo (PR), convidou a secretária para participar do seminário que o grupo evangélico Força Jovem fará na Câmara no dia 14 de outubro para discutir o problema das drogas.
Política de Redução de Danos - Edith disse ser favorável a política de redução de danos que, segunda ela, traz impacto positivo na área da saúde, e que a secretaria realiza diversas ações de prevenção, sendo a redução apenas uma das políticas.
A secretária da Juventude destacou que o conceito de redução de danos visa minimizar as consequências do uso de drogas, principalmente injetáveis, e chegou ao Brasil com início na década de
Segundo a secretária o município possui os chamados Consultórios de Ruas
A secretaria explicou que a escolha dos dez territórios foi baseada em índices de criminalidades associados ao uso de drogas e em dados do CAPS AD e negou que esteja ligada ao consumo de drogas à pobreza. “Queríamos ter programas em todos os bairros da cidade. Na falta de dados a gente usa o que tem”, afirmou.
O vereador Luis Santos (PMN) questionou as metas e resultados da secretaria, ou se só existem programas paliativos. “A redução de danos é o melhor programa para os traficantes”, criticou. “A Juventude é uma secretaria que não pode dizer não para nada, não estabelece critérios qualitativos”, disse. A falta de um programa com a juventude cristã, “que poderiam ser utilizados como multiplicadores”, também foi criticada, assim como a falta de projetos destinados aos usuários ricos.
Edith respondeu que devido a falta de recurso é preciso fazer escolhas e que o ideal seria ter ações envolvendo todas as camadas da sociedade, não descartando a possibilidade de parcerias.
Os vereadores insistiram na importância da prevenção.