20/10/2011 08h01
 

   Requerida pelo vereador João Donizeti (PSDB), a audiência contou com a participação de várias autoridades e um abaixo-assinado dos vereadores em defesa do batalhão.

 

     A implantação de um batalhão da Polícia Militar na Zona Industrial de Sorocaba foi o tema de audiência pública realizada na noite de quarta-feira, 19. Requerida pelo vereador João Donizeti, a audiência contou com a presença do coordenador estadual dos Consegs (Conselhos de Segurança Pública), Evaldo Ribeiro Coratto, e do coronel Vitor Gusmão, comandante do 7o BPM.

 

     Na abertura dos trabalhos, o vereador João Donizeti leu mensagem do presidente da Câmara Municipal, vereador Marinho Marte (PPS), hipotecando total apoio à luta pela implantação de um batalhão da PM na Zona Industrial. O presidente do Legislativo liderou abaixo-assinado dos vereadores em defesa do novo batalhão que será encaminhado pelo presidente do Conseg da Zona Industrial, César Ernani, ao secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto.

 

     João Donizeti ressaltou o crescimento acelerado de Sorocaba, que, no seu entender, irá acarretar problemas em várias áreas na região, inclusive na segurança pública. “Empreendimentos como a Toyota atraem pessoas de todos os Estados e até do exterior, causando grande impacto na cidade. Por isso, temos que pensar no segundo batalhão da PM”, argumentou, sendo secundado por vários líderes comunitários e presidentes de Consegs de Sorocaba.

 

     Os vereadores Rozendo de Oliveira (PV) e José Crespo (DEM) também participaram do evento e a vereadora Neusa Maldonado (PSDB) enviou mensagem de apoio à audiência pública, que contou, ainda, com a presença do tenente-coronel Alexandre Marcondes Terra, da coordenadoria militar junto aos Consegs, e do delegado da Polícia Civil, Renato Rossi, da coordenadoria civil.

 

     Efetivo da PM – O vereador José Crespo (DEM) apresentou um estudo quantitativo que fez sobre o efetivo policial em Sorocaba e sustentou da tribuna que o município tem 1 policial para cada 922 habitantes, “três vezes menos do que deveria ter se comparado à média estadual”. Mesmo levando em conta outra estatística (1 policial para 600 habitantes), Sorocaba precisaria de 349 policiais, no seu entender, o que exigiria um segundo batalhão.

 

     Já o vereador Rozendo de Oliveira (PV), tenente-coronel da reserva da PM, com 32 anos de carreira, valeu-se de sua experiência para apresentar outra contabilidade sobre a questão. Segundo ele, quando se desconta do efetivo da PM os policiais que estão de licença médica, em cargos administrativos e outras situações do gênero, restam apenas 470 policiais efetivamente nas ruas. “É muito pouco. Precisamos aumentar o efetivo já em pelo menos 250 homens”, afirmou.

 

     Rozendo de Oliveira ressaltou, ainda, que a implantação de um batalhão leva cerca de três anos, pois é preciso abrir concurso e treinar os policiais. Mesmo assim, ele reiterou seu apoio à proposta lembrando que, tão logo assumiu o mandato de vereador, apresentou requerimento ao secretário de Segurança Pública reivindicando o batalhão para Sorocaba.

 

     Visão da PM – O comandante do 7º Batalhão da PM, coronel Vitor Gusmão, se posicionou contra a implantação do segundo batalhão, que, segundo ele, iria desviar parte do efetivo para o trabalho burocrático, começando pela guarda do batalhão. O coronel defendeu o aumento do efetivo e elogiou o trabalho dos Consegs, que, no seu entender, reforçam essa reivindicação. Mas o vereador José Crespo sustentou que basta o governo contratar civis para o trabalho burocrático do batalhão para que os policiais sejam liberados para sua atividade-fim, que é o policiamento da cidade.

 

     Ao final dos trabalhos, o vereador João Donizeti elencou uma série de ações em defesa do segundo batalhão da PM, entre elas a arregimentação da Prefeitura, Câmara e Consegs numa ação conjunta. O vereador também propõe um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas a ser entregue ao governador Geraldo Alckmin e ao secretário de Segurança Pública, com o apoio dos deputados estaduais (Maria Lúcia Amary/PSDB, Carlos Cezar/PSB e Hamilton Pereira/PT) e do deputado federal Jéfferson Campos (PSB). Além da defesa do segundo batalhão, a audiência pública foi concluída com a reivindicação  – para já – do aumento do efetivo policial na cidade e região.