Prestaram depoimentos à CPI da Dengue na tarde desta sexta-feira, 20, o secretário de Serviços Públicos, Oduvaldo Denadai, e o ex-secretário da Saúde, Vagner Guerrero. Presidida pelo vereador Carlos Leite (PT), com Luis Santos (Pros) como relator, a oitiva também teve participação dos vereadores
Abrindo os trabalhos, Carlos Leite apresentou dois vídeos com moradores do Jardim Nova Esperança reclamando da falta de atuação da Prefeitura após o chamado “Dia D de combate à dengue”, realizado em 21 de fevereiro. Segundo os munícipes, na ocasião, agentes solicitaram que os moradores retirassem de suas casas e acomodassem nas ruas entulhos e materiais inservíveis, dizendo que seriam recolhidos posteriormente, o que não ocorreu.
Oduvaldo Denadai argumentou que no caso deve ter havido alguma falha de comunicação entre equipes distintas, pois as secretarias de Serviços Públicos e de Saúde estão trabalhando conjuntamente no combate à dengue. O secretário informou que há seis caminhões sendo utilizados para coleta de materiais inservíveis, mas a partir de segunda-feira, dia 23, mais dez veículos serão integrados.
Denadai contou que, em busca de mão-de-obra para apoio aos agentes de saúde, o comandante do tiro de guerra foi procurado e se propôs a ajudar oferecendo contingente militar. O secretário também informou que já se reuniu com o prefeito Antonio Carlos Pannunzio para discutir a possibilidade de utilizar apoio da polícia militar, o que também poderá ser realizado.
Sobre o serviço de cata-trecos, realizado em administrações anteriores e cuja retomada tem sido sugerida pelos vereadores como medida importante diante da situação atual de emergência, Denadai falou que pessoalmente vê com bons olhos e o prefeito é favorável, mas primeiramente precisa verificar a viabilidade financeira. O secretário garantiu que o município aderiu ao projeto de coleta Cidade Limpa, realizado pela TV Tem. Segundo ele, os trabalhos devem começar na próxima semana e se estenderá por diversos dias, primeiramente atuando em regiões prioritárias. “A ideia no primeiro momento não é abrir para a cidade inteira, porque não haveria condições, recursos. Começará por bairros com maior concentração de focos da dengue”, explicou.
Denadai disse ainda que não é a favor dos ecopontos, que atualmente são um dos poucos instrumentos da população para descarte de materiais. Na opinião do secretário, esses locais em um primeiro momento ajudam, mas depois acabam virando um problema, por conta da utilização incorreta por parte dos munícipes e o alto custo de manutenção.
Criadouros nas escolas – o presidente da CPI, Carlos Leite, apresentou um vídeo de uma visita que realizou no Centro de Educação Infantil Santo Agostinho, no Jardim Novo Mundo. Na unidade, o vereador encontrou muitos criadouros e mosquitos da dengue, por conta de lixo acumulado, pneus e outros dejetos com água parada. Diante do apresentado, o parlamentar questionou qual é a ação da secretaria de Serviços Públicos mediante casos como esse.
Oduvaldo Denadai contou que nas escolas cada diretor é responsável por apresentar à secretaria um relatório com todas as manutenções que precisam ser realizadas. “Não é de ofício que a Serp vai às escolas realizar manutenções, pois não seria possível atender. É responsabilidade do diretor avisar”. Especificamente sobre o caso da CEI Santo Agostinho, o secretário disse que tem conhecimento que está desativada e na próxima segunda-feira será realizada a limpeza do local.
Secretaria de Saúde – Respondendo a questionamentos dos vereadores, o ex-secretário de Saúde, Vagner Guerrero, contou que assim que assumiu o cargo, em outubro de 2014, foi informado que o padrão epidemiológico em relação à dengue havia mudado, com aumento significativo de contaminações. Segundo ele, a vigilância sanitária sugeriu o número de 150 agentes de saúde para prevenção da epidemia. Vagner disse que diante disso solicitou contratação emergencial desses profissionais, além de médicos e outros técnicos.
Questionado sobre o principal motivo do surto de dengue no município, o ex-secretário atribuiu às condições climáticas a escalada da proliferação. “Se o clima fosse um pouco mais frio, os números seriam menores”, disse. Guerrero falou também que talvez pelo número de casos reduzidos nos anos anteriores a população tenha se descuidado. “A população precisa se conscientizar cada vez mais. Houve uma acomodação das pessoas em estarem vigilantes quanto a isso”.
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