02/08/2017 11h42

A sessão solene em homenagem ao movimento cursilhista foi proposta e presidida pelo vereador Hélio Brasileiro (PMDB), com a presença do arcebispo Dom Júlio Akamine

 

O Jubileu de Ouro do Movimento de Cursilhos da Cristandade da Arquidiocese de Sorocaba foi celebrado em sessão solene na Câmara Municipal de Sorocaba, na noite de terça-feira, 1º de agosto, por iniciativa do vereador Hélio Brasileiro (PMDB). Movimento eclesial de evangelização cristã, surgido na Igreja Católica no início do século XX, os Cursilhos destacam-se “por ser um movimento voltado a um primeiro anúncio explícito do ideal evangélico apresentado por Jesus Cristo, com o propósito de despertar novas lideranças, a fim de que se tornem evangelizadores”. Em Sorocaba, o primeiro Cursilho foi realizado há 50 anos, no período de 27 a 30 de julho de 1967.

 

Além do proponente da homenagem, a mesa de honra da solenidade foi composta pelas seguintes autoridades: o presidente da Câmara Municipal de Cerquilho, vereador Mauro André Frare (PV), também coordenador do setor de Cursilho no município; o secretário de Relações Institucionais e Metropolitanas de Sorocaba, vereador licenciado Anselmo Neto (PSDB), representando o prefeito José Crespo; o arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Sorocaba, Dom Júlio Endi Akamine; o representante do grupo executivo nacional dos Cursilhos, Antonio Carlos Medina; a representante do grupo executivo regional, Rozania Cinto e Frare; e o presidente do grupo executivo diocesano, Marcos Sabatini.

 

Também estiveram presentes o padre José Ernani Angelini; os jornalistas José Desidério e Alexandre Moretto; o professor Luiz Almeida Marins Filho; a dirigente do primeiro Cursilho feminino da cidade, Elza Veroni; o coordenador de eventos do movimento, Paulo Dalcin; Antonino Luiz de Calegare Cenci, que representou, na mesa estendida, todos os homenageados da noite; além de vários integrantes do primeiro Cursilho no município e do vereador de Piedade, Daniel Dias de Moraes (PSB). O evento foi transmitido ao vivo pela TV Câmara (Canal 6 da NET, Canal 9 da Vivo e Canal 61.3, digital e aberto).

 

Origem espanhola – “O Movimento de Cursilhos é de extrema importância para a nossa Igreja Católica. O processo de evangelização deve ser continuo. Precisamos trazer os jovens para dentro da igreja e o movimento se presta a isso. Se não fosse um movimento tão importante, não teria vida tão longa”, afirmou o vereador Hélio Brasileiro ao saudar os presentes, lembrando que esta foi a primeira sessão solene que realiza na Casa. Em seguida, o cursilhista Paulo Dalcin historiou a origem do movimento de Cursilhos, que nasceu na Espanha, nas décadas de 30 e 40 do século passado, por meio da Juventude da Ação Católica espanhola da Diocese de Palma de Mallorca.

 

O secretário Anselmo Neto recordou o seu processo pessoal de conversão religiosa ao catolicismo, ainda na adolescência, e ressaltou a importância da ação dos cursilhistas. “Hoje vivemos numa sociedade em que se diz que ‘o país é laico’. Quem inventou que o país é laico foi a Igreja Católica, quando poderes temporais quiseram se infiltrar nos poderes religiosos e a Igreja não permitiu, enfatizando a separação entre o poder leigo e o poder eclesiástico”, afirmou Neto. “O país é laico, mas as pessoas que formam esta nação são cristãs e somos a maioria e temos todo o direito de professar nossa fé. Queremos um país laico, onde nenhuma religião se imponha sobre todos os cidadãos, mas também queremos um país livre, onde cada cidadão pode optar por uma religião e professá-la livremente”, enfatizou.

 

O arcebispo Dom Júlio Akamine lembrou o trabalho de Dom José Melhado (1909-1996) e do monsenhor Mauro Vallini (1926-1998) na criação do movimento cursilhista em Sorocaba e refletiu sobre sua atualidade em que pese estar completando meio século na cidade. “Será que o Cursilho já não deu o que tinha que dar? Será que não é algo ultrapassado? Vivemos tempos acelerados e as coisas se desatualizam de maneira muita rápida. O tempo torna caducos projetos e ações, parece sepultar debaixo da poeira da história tantas iniciativas”, refletiu o arcebispo. E citando as Confissões de Santo Agostinho (354-430 d.C), um clássico da filosofia, Dom Júlio Akamine discorreu sobre a atualidade do Cursilho, que, segundo explicou, “é uma caminhada com esperança”, fundada no conceito evangélico de kérygma (palavra grega que significa pregação, anúncio, proclamação), observando que, nessa caminhada, é preciso identificar “as perguntas fundamentais da pessoa humana, suas inquietudes mais sofridas, a busca incessante de quem deseja se superar”.

 

Cursilhistas homenageados – Foram homenageados, durante a sessão solene, as seguintes pessoas, a maioria pioneiras do movimento cursilhista na cidade: Norman Henrique Martins, Paulo César Nogueira Fogaça, Luiz Luchesi Filho, Elza Verrone, Maria Elza Nóbrega da Rocha, Jovira Costa Fogaça, Dom José Melhado de Campos (in memoriam), monsenhor Mauro Vallini (in memoriam), padre José Ernani Angelini, Luiz Almeida Marins (in memoriam), Antonino Luiz de Calegare Cenci, Flávio Jorge Miguel e Marcos Tabatini. O arcebispo Dom Júlio Akamine também foi homenageado pelo vereador Hélio Brasileiro.

 

O presidente do presidente do Movimento de Cursilhos de Cristandade de Sorocaba, Marcos Tabatini, também falou da importância do movimento. E, no encerramento da sessão solene, Helio Brasileiro afirmou: “Em primeiro lugar, sou cristão e católico; em segundo lugar, me tornei médico; por fim, decidi participar da política como cristão. Estamos passando por um momento político no Brasil muito triste, mas não podemos perder a esperança de que existem muitos cristãos, que querem fazer política com p maiúsculo” – enfatizou o parlamentar.

 

Também no encerramento da solenidade, Paulo Alvarenga Rosa (voz e violão) cantou, com a participação de todos os presentes, a música “De Colores”, uma canção originalmente do folclore mexicano, que, acredita-se, remonta ao século XVI, e que foi adotada pelos fundadores do movimento cursilhista na Espanha. A pedido de Helio Brasileiro, Dom Júlio Akamine proferiu a benção final da sessão solene.