28/05/2019 09h48

O presidente da Casa, vereador Fernando Dini (MDB), classificou como “retrocesso” a redução no número de vagas oferecidas às crianças através de convênio com a Prefeitura

 

A redução de 44% no número de vagas oferecidas pela Prefeitura Municipal, através de convênio com entidades, para atender crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social em Sorocaba, motivou dirigentes da Pastoral do Menor a buscarem apoio do Legislativo para tentar reverter a medida. Na manhã desta terça-feira, 28, antes da sessão ordinária, o presidente da Câmara Municipal, vereador Fernando Dini (MDB), recebeu o presidente da Associação Bom Pastor, José Roberto Rosa, acompanhado de outros integrantes da Pastoral do Menor, quando se solidarizou com a entidade e colocou o Legislativo à disposição da luta da entidade contra o corte no atendimento.

 

“A Pastoral do Menor tem um problema, que, na verdade, não é dela, mas das crianças que deixarão de ser atendidas nas próximas semanas, devido a um novo modelo de gestão adotado pela Prefeitura. Entendemos que essa redução é um retrocesso, com o qual não podemos compactuar. O Legislativo é um parceiro não só da Pastoral do Menor, mas de todas as instituições que zelam pelas nossas crianças e procuram suprir, com carinho e cuidado, as deficiências que essas crianças encontram na sociedade e das quais são vítimas”, afirmou Fernando Dini.

 

Vagas insuficientes – De acordo com José Roberto Rosa, a Pastoral do Menor terá o maior número de crianças atingidas pelo corte, entre outras entidades que atuam na cidade e também serão atingidas. “De 2.020 vagas que a Prefeitura disponibilizava nos convênios com essas entidades visando atender crianças no contraturno escolar, em 2015, esse número vai baixar para 780. O corte é cerca de 60%”, afirma o presidente da Associação Bom Pastor.

 

José Rosa observa que as vagas já não eram suficientes, uma vez que só a Pastoral do Menor tem uma lista de espera de mais de 600 crianças. De acordo com o edital da Prefeitura, as vagas para crianças em situação de vulnerabilidade, por meio de convênio com entidades assistenciais, cairão de 1.140 para 780. “Só a Pastoral do Menor atende 1.200 crianças e adolescentes, na faixa dos seis anos aos 17 anos. E a Prefeitura vai disso disponibilizar menos de 800 vagas para todas as entidades? É algo terrivelmente impactante no dia a dia das crianças. Onde vão parar as crianças sem o apoio dessas entidades?”, indaga.

 

Crise econômica – O presidente da entidade ressalta que, com a crise econômica e o desemprego, a situação de vulnerabilidade das crianças se agravou. “Com a crise, a fome está voltando. Muitas crianças fazem a refeição mais importante do dia na entidade. Então, precisamos manter isso, caso contrário, essas crianças podem se tornar presas fáceis da marginalidade, do tráfico”, enfatiza José Rosa. No seu entender, o próprio CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) da Prefeitura precisa do trabalho das entidades.

 

O presidente da Casa, Fernando Dini, colocou toda a estrutura de comunicação da Câmara Municipal à disposição da Pastoral do Menor, para que a entidade explique os impactos negativos dos cortes no atendimento às crianças e adolescentes. Também disponibilizou a tribuna durante a sessão ordinária da Casa desta terça-feira, 28, enfatizando que a causa da Pastoral do Menor e das demais entidades que atendem crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade merecerá o apoio de todos os vereadores.