Segundo o tenente-coronel Miguel Ângelo, a corporação atendeu 456 focos de incêndio apenas no período desde junho
De junho a 18 de agosto deste ano, o Corpo de Bombeiros já atendeu 456 focos de incêndio apenas na cidade de Sorocaba. A informação é do comandante do 15º Grupamento do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Miguel Ângelo de Campos, que usou a tribuna durante a sessão ordinária desta terça-feira, 27, por iniciativa do presidente da Casa, Fernando Dini (MDB), e anuência do plenário.
“Apesar de todos os nossos esforços, não estamos conseguindo atender todos os focos de queimadas”, afirmou o comandante, explicando que esse trabalho do Corpo de Bombeiros é feito em parceria com a Prefeitura, por meio de Secretaria do Meio Ambiente. “Infelizmente, algumas pessoas utilizam o fogo para limpeza de terrenos”, afirmou Miguel Ângelo, observando que, em mais de 31 anos de serviço, só atendeu um caso de combustão espontânea, sendo todos os demais motivados por ação humana.
O 15º Grupamento do Corpo de Bombeiros atua em 50 municípios do Estado, além de Sorocaba, desde Araçariguama até a divisa com o Paraná, região na qual há 16 quarteis da corporação. “Tenho que manter Sorocaba, manter as cidades do entorno e também sair para atender todos os demais municípios”, afirmou o comandante.
Referência legislativa – Miguel Ângelo elogiou a Lei 5.847, de 9 de março de 1999, de autoria do vereador João Donizeti Silvestre (PSDB), observando que Sorocaba foi o primeiro município do interior do Estado a ter uma lei de prevenção de incêndios com a proibição de queimadas. Segundo ele, trata-se de uma legislação que tem sido referência e vem sendo utilizada para combater queimadas.
O comandante disse que, segundo informações do secretário do Meio Ambiente, Mauricio Motta, em visita ao Corpo de Bombeiros, foram feitas 257 autuações com base na lei no ano passado, enquanto neste ano, já ocorreram 157 autuações. Apesar de enfatizar que a educação é o melhor caminho, o comandante defendeu uma atualização da lei para melhor punir os infratores, observando que, além do fogo em si, a fumaça gera poluição e impede até crianças de terem aulas.
João Donizeti disse que já conversou com o secretário Maurício Motta e adiantou que é necessário reavaliar o valor das multas previstas na lei, cujo valor, segundo ele, está em torno de R$ 3 mil para quem tem uma área de 100 mil metros quadrados. “Esse valor tem que ser alterado para que possa pegar no bolso quem age com má-fé”, afirmou o vereador.
O presidente da Casa, vereador Fernando Dini (MDB), elogiou o trabalho da Comissão do Meio Ambiente, presidida pelo vereador João Donizeti, e colocou os veículos de comunicação da Câmara à disposição do Corpo de Bombeiros para a divulgação de medidas de prevenção de incêndios. Já o vereador Anselmo Neto (PSDB) lamentou que, em relação à Amazônia, tema também mencionado pelo comandante, haja tanta “informação desencontrada” por parte dos veículos da imprensa nacional.