Na Audiência Pública para
discutir o orçamento municipal de 2020, realizada na tarde desta sexta-feira
(11), o secretário de Gabinete Central, Márcio Rogério Dias falou sobre a
estimativa orçamentária da pasta para o próximo ano, que tem previsão total de
R$ 9.415.675, sendo R$ 8,65 milhões para pessoal, R$ 741 mil para custeio e R$
18 mil para investimento. Segundo
apresentado, os recursos de custeio estão divididos entre as principais áreas
de atuação: Controladoria, R$ 269 mil; Procon, R$ 236 mil; Ouvidoria, R$ 94
mil; Estagiários, R$ 130 mil; adiantamento de despesas emergências, R$ 10 mil e
manutenção e modernização da Secretaria, R$ 18 mil. A Corregedoria também está
locada no Gabinete Central.
Em resposta à vereadora Iara
Bernardi (PT), que questionou o descontrole orçamentário do Município, o
secretário ressaltou que foi realizada uma auditoria externa para analisar os
contratos vigentes. Disse ainda que o fluxo dos processos que passam pelo
Gabinete Central vem das demais secretarias municipais. Dias afirmou também que
foram cortados gastos e funcionários da pasta. Iara Bernardi também criticou a
falta de fiscalização dos serviços prestados por terceirizadas e cobrou
transparência, inclusive na indicação dos fiscais de contratos.
Sobre os projetos de lei da
Câmara, o secretário disse que haverá uma alteração na tramitação dentro da
prefeitura e será analisado inicialmente pelo Gabinete Central. Com relação ao
tema, Hudson Pessini (MDB) cobrou diálogo entre os poderes, no caso de
discordância das propostas e vetos. Renan Santos (PCdoB) também criticou o que
chamou de “veto de origem”, praticado pelo Governo anterior, quando, segundo o
parlamentar, projetos eram vetados de acordo com o posicionamento do vereador
autor.
O vereador Renan chegou a
sugerir a suspensão das audiências públicas, ante o anúncio da prefeita
Jaqueline Coutinho de que haverá uma reforma administrativa e corte de
secretarias. O presidente da Comissão de Economia ressaltou que as audiências
públicas para apresentação da LOA atendem a exigências legais e que, em caso de
mudanças ou corte em secretarias, estas deverão ser antes votadas e aprovadas.
Já Fernanda Garcia (PSOL) cobrou agilidade na prestação de informações
referentes à Transparência Pública para acompanhamento dos processos e
licitações.
Assuntos
Jurídicos – Dando continuidade às apresentações do dia,
a secretária de Assuntos Jurídicos e Patrimoniais (SAJ), Roberta Guimarães
Pereira, apresentou o orçamento da pasta para 2020, estimado em R$ 27.636.983,
sendo R$ 22 milhões para pagamento de pessoal; R$ 5,59 milhões para custeio e
apenas R$ 2 mil para investimento. A
secretaria conta hoje com 152 funcionários - 106 no setor administrativo e 46
procuradores.
Principais áreas de atuação
e alocação dos recursos da Secretaria são: Procuradoria Geral, com recursos de
R$ 1,45 milhão; Procuradoria Tributária, com R$ 2,2 milhões; Diretoria da Área
Patrimonial, com R$ 330 mil; e Soluciona Sorocaba, iniciativa para agilizar a
resolução de conflitos principalmente nas áreas da Educação (vagas em creche) e
da Saúde (fornecimento de medicamentos).
A vereadora Iara Bernardi disse
desconhecer a atuação do Soluciona Sorocaba e a secretária explicou que o
programa foi criado por lei municipal em agosto de 2018 para trabalhar na conciliação
e mediação de conflitos fora da esfera judicial. Fernanda Garcia (PSOL) perguntou
sobre o processo do Soluciona e a secretária explicou que o programa ainda não
funciona efetivamente por conta da alta demanda acumulada.
A vereadora também
questionou a multa diária que o município paga por conta de não manter
residência inclusiva em Sorocaba. A secretária informou que está em tratativa
com o MP e a multa não será cobrada até o dia 5 de dezembro, quando a Prefeitura
deverá apresentar um plano de trabalho sobre essa questão. Inicialmente, estão
envolvidas nas tratativas a SAJ e Secretaria de Assistência Social.
A vereadora Cintia de
Almeida (MDB) lembrou que a residência inclusiva é um serviço para pessoas com deficiência
física em grau de vulnerabilidade, mas que não está disponível nem mesmo na
cidade de São Paulo. Ela questionou a burocracia na SAJ que, por vezes,
atrapalha o andamento de ações em outras pastas, e sugeriu a implantação de um
procurador em cada secretaria. Roberta explicou que já tem procuradores
destinados a atender as maiores áreas de demanda, como saúde, educação e BRT,
mas que isolar um procurador em cada pasta é inviável.
Cíntia perguntou sobre a regularização
do Cerav (Centro Estabilizado de Reabilitação do Autor da Violência) e a secretária
informou que todos os próprios municipais estão passando por processo para
serem regularizados.
Habitação
e Regularização Fundiária – A ultima apresentação do dia foi conduzida
pelo secretário Sérgio Barreto, que explicou sobre como pretende utilizar a
verba de R$ 3.459.940,00 prevista para a Secretaria de Habitação e
Regularização Fundiária.
De acordo com Barreto, os
recursos para gasto com pessoal são de R$ 2.968.020,00, em equipe composta por
31 funcionários e 5 estagiários, alocados em três divisões. Outros R$ 490.920,00
estão destinados para custeio da pasta, que inclui a manutenção e modernização
da sede da secretaria, localizada no palacete Scarpa, produção habitacional e
regularização fundiária. O orçamento ainda prevê R$ 1.000,00 para
investimentos.
A ação de destaque da
secretaria para o próximo ano é a atualização do PLHIS (Plano Local de Habitação
de Interesse Social), que pretende apontar as demandas habitacionais e identificar
os vazios ocupacionais, para evitar a segregação social. Sérgio Barreto afirmou
que a secretaria não tem informações sobre o déficit habitacional de Sorocaba e
que vai propor um chamamento público para construir esses dados.
A vereadora Iara Bernardi
destacou a preocupação com o aumento de áreas com ocupações irregulares. O
secretário disse que pretende abrir novo cadastro e programa de moradia até
janeiro. Ele informou que atualmente são 75 núcleos habitacionais para serem regularizados
e que já foram entregues quase 11 mil certificados de regularização. Sérgio
Barreto também disse que pretende ampliar esse número até o fim deste ano e
que, para isso, tem buscado parcerias com governos estadual e federal.
O secretário foi questionado
ainda sobre o processo de transferência de famílias que vivem na área de
alagamento no Vitória Régia e os pedidos de usucapião de terrenos públicos na
região central da cidade e disse que vai acompanhar os casos.
A vereadora Cintia de
Almeida (MDB) lembrou que, quando secretária de Igualdade e Assistência Social,
descobriu que algumas pessoas que viviam em áreas ocupadas já tinham sido
beneficiadas em programas habitacionais e se disse preocupada com a área da
antiga Consteca, que hoje está habitada por dezenas de famílias. O secretário
afirmou a área foi considerada de utilidade pública e área de risco e que vai
procurar providências para solucionar o problema.
Agenda
–
A série de Audiências Públicas para debater o orçamento municipal de 2020 será encerrada
na segunda-feira, 14, quando a partir das 13h30 serão ouvidos os secretários de
Saneamento (Wilson Unterkircher Filho), de Meio Ambiente, Parques e Jardins
(Maurício Mota), do Saae (Mauri Pongitor), de Cultura (Marcel Stefano) e de
Abastecimento, Agricultura e Nutrição (Jorge Ubirajara Vieira).