14/10/2019 18h03

Mauri Pongitor também respondeu questionamentos sobre nível de represas, perda de água e campanhas de redução de consumo

 

Com um orçamento para o exercício de 2020 no montante de R$ 334 milhões, o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) deu continuidade à sexta etapa de audiências públicas para discutir a Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2020. O diretor do Saae, Mauri Pongitor, expôs os dados da autarquia na parte da audiência pública presidida inicialmente pelo vereador Renan Santos (PCdoB), juntamente com o vereador Péricles Régis (MDB). Os gastos com pessoal do Saae somam R$ 115,4 milhões, enquanto o montante destinado a custeio é de R$ 139,7 milhões e, para investimento, R$ 78,2 milhões, havendo, ainda, R$ 500 mil para reserva de contingência.

 

A vereadora Iara Bernardi (PT) quis saber que campanhas a Prefeitura pretende realizar visando a redução do gasto de água. “Não vejo ações práticas de Sorocaba para cobrar do Daae a preservação da Represa de Itupararanga, como a construção de estações de tratamento de esgoto nos municípios que poluem nossa represa”, afirmou Iara Bernardi (PT), acrescentando que, no seu entender, já há racionamento de água na cidade, quando os bairros mais distantes têm a sua água desligada. Iara Bernardi enfatizou que há muitos estudos da UFSCar que mostram a situação preocupante da Represa de Itupararanga e cobrou das autoridades municipais maior empenho político em cobrar do Governo do Estado uma solução para o problema.

 

Mauri Pongitor disse que os problemas anteriores com as adutoras da Serra de São Francisco levaram o Saae a estudar a possibilidade de utilizar água do Rio Sorocaba. “No sábado, o consumo de água, devido ao calor, subiu 25% e no domingo, 15%. Por isso, temos insistido muito no uso racional da água. A condição de produção de água do Saae é limitada, atualmente; não se tem como produzir mais água. Então, estamos monitorando os nossos mananciais. Itupararanga, hoje, está com 59% de sua capacidade; Ipaneminha, cerca de 20%. Mas o sistema composto pela Castelinho e pelo Éden está em 15%. Hoje, nossos técnicos estão pesquisando novas represas para trazer água para Éden e Castelinho”, afirmou.

 

Renan Santos (PCdoB) disse sentir falta de campanhas educativas para redução do gasto de água e sugeriu que, de forma criativa, o Saae realize parcerias para promover campanhas educativas sem custos para os cofres públicos e citou possíveis canais para veicular essas campanhas, como a TV Câmara, os jogos no Estádio Municipal, entre outros meios. O diretor do Saae disse que a autarquia tem utilizado as redes sociais para desenvolver esse tipo de campanha, já que não dispõe de verba para campanhas publicitárias tradicionais. O Saae dispõe do 0800-770-01195, para atendimento, e um canal (15) 99850-3936, em horário comercial. Pongitor disse que a população ainda não tem o hábito de denunciar o mau uso de água.

 

Péricles Régis (MDB) questionou o alto custo da religação de água, que fica em torno de R$ 120,00. “Qual a razão desse custo, uma vez que é um trabalhar sozinho que faz o corte e religação, sem precisar de equipe ou maquinário?”, questionou. O diretor disse que esse é um valor que tem vindo historicamente e está sendo apenas corrigido de acordo com a agência reguladora. Péricles Régis também levantou a questão do Microeempreendedor Individual (MEI), muitos dos quais pagam conta de água como consumidor comercial, que é três vezes mais cara do que a residencial. A área técnica do Saae explicou que é feita uma fiscalização presencial e, quando se detecta uso comercial, a pessoa é notificada; caso comprove que é MEI, sua tarifa será diferenciada. Também informou que as hortas comunitárias serão contempladas com tarifa diferenciada.

 

A vereadora Iara Bernardi (PT) questionou as perdas no sistema, especialmente na ETA do Cerrado, enfatizando que essas perdas são muito altas na cidade. O diretor explicou que, para determinar a perda, é preciso estabelecer a relação precisa entre a água produzida e a que é distribuída. “A ETA do Cerrado e a ETA do Éden estão equipadas com macromedidores e, agora, estamos avançando no controle de perdas para colocar esses macromedidores nos centros de distribuição”, explicou o diretor, que disse não existir nenhum sistema de saneamento no Brasil que tenha um sistema automatizado de vazamento. Também questionado pela vereadora, disse que o índice de perda está entre 30 e 32%.

 

Iara Bernardi (PT) também quis saber se o Saae tem água para alcançar os novos loteamentos que estão se expandindo na cidade. O diretor disse que o Saae é consultado sobre a possibilidade de abastecimento e, quando não há essa possibilidade, o loteador é avisado que precisa esperar.

 

Após a apresentação do diretor do Saae, a audiência pública teve prosseguimento com a Secretaria de Cultura e Lazer. Todas as fases da audiência pública foram transmitidas ao vivo pela TV Câmara (Canal 31.3; Canal 6 da NET e Canal 9 da Vivo) e poderão ser vistas na íntegra no Portal da Casa e através de suas redes sociais.