Requerimento questiona quais os obstáculos técnicos para implantar agendamento de consultas

Normalmente no dia 1º útil de cada mês longas filas se formam nas portas das Unidades Básicas de Saúde do município. Elas são compostas por pessoas que possuem algum problema de saúde ou por parentes de alguém que está doente e que precisa de uma consulta. Para tentarem garantir uma das poucas senhas disponíveis, amanhecem ao relento, muitas vezes “acampando” em frente à unidade de saúde já na véspera. Mas por que não disponibilizar pelo menos uma parte dessas senhas de forma online, desobrigando que as pessoas se sujeitem a essa penosa realidade? Este é o questionamento central de um requerimento ao Executivo.

Autor do documento, o vereador Péricles Régis acredita que este seja o momento ideal para que o Executivo analise a possibilidade dos agendamentos online. Ele relata uma experiência que tem sido bem-sucedida na Uniten (Universidade do Trabalhador, Empreendedor e Negócios) para embasar sua sugestão. “A Uniten abria cursos e as pessoas também amanheciam na fila no sereno. Era uma queixa antiga e foi alvo de vários requerimentos meus perguntando por que não se implantava o agendamento telefônico ou pela internet como uma opção, porém o Executivo, no governo anterior, sempre me respondeu dizendo que era inviável tecnicamente”, relata Péricles. “No mês de novembro, no entanto, a Uniten começou a abrir inscrições online, o que basicamente utilizaria tecnologia parecida à do agendamento de consultas. Se agora já há a tecnologia para isso, é justo que não obriguemos pessoas debilitadas a amanhecerem numa fila”, complementa.

A hipótese do agendamento online de consultas também chegou ao gabinete de Péricles por meio de uma munícipe, que relatou o drama da população: “O que poderia ser feito no posto de saúde do Jardim Rodrigo? É ridículo o que eles nos abrigam a fazer. Temos que madrugar pra conseguir marcar dentista, pois são apenas três vagas por dia. Para marcar clínico geral, apenas no primeiro dia do mês e é preciso madrugar na fila porque são poucas vagas. Até quando teremos que passar por esse tipo de humilhação e constrangimento?”, relatou a munícipe, questionando por que a internet não poderia ser usada para este fim.

Em seu requerimento, Péricles questiona se tecnicamente o agendamento online já é possível e se o sistema para isso precisaria ser desenvolvido por uma empresa terceirizada ou poderia ser gerido pelo sistema informatizado atualmente em uso pela Secretaria de Saúde. Pergunta ainda se, no caso da necessidade de desenvolvimento de uma nova plataforma digital, isso poderia ser feito pelo setor de tecnologia da informação da própria Prefeitura. “É preciso pensar na comodidade dos pacientes, que pela falta de médicos já precisam esperar muito mais que o ideal até a data da consulta. O sofrimento não pode se estender também ao agendamento, sendo que hoje, nos planos de saúde, eles são feitos utilizando-se multiplataformas”, conclui. O requerimento do vereador tem até 30 dias para ser respondido.

(Assessoria de Imprensa – Vereador Péricles Régis/MDB)