Projeto de lei de Renan Santos
(PCdoB), que visa assegurar a remuneração daqueles que prestam serviços a
organizações sociais contratas pela Prefeitura, foi um dos quatro aprovados nesta
quinta em duas discussões. Já moção de repúdio da vereadora Fernanda Garcia
(PSOL) à adesão de Sorocaba ao Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares
foi rejeitada.
Quatro projetos foram aprovados em primeira e
segunda discussão pelos vereadores, durante a última sessão ordinária antes do
recesso de fim de ano, realizada na manhã desta quinta-feira, 12.
Entre as propostas aprovadas em duas discussões
está o Projeto de Lei nº 325/2019, de autoria de Renan Santos (PCdoB), que
altera a Lei Municipal nº 9.807, de 16 de novembro de 2011, sobre a
qualificação de entidades como organizações sociais. O projeto visa que nos
contratos de gestão o Poder Público Municipal exija a prestação de garantia
pelas organizações sociais para assegurar a compensação das remunerações
daqueles que prestam serviços.
O autor ressalta que o Município tem enfrentado
dificuldades com organizações sociais que deixam de cumprir com suas obrigações
salariais. “O que nós sugerimos é um seguro-garantia, ou o famoso caução, para
que os funcionários não fiquem desamparados, em caso de algum problema”,
afirmou.
Também de autoria do vereador Renan Santos, foi
aprovado em primeira e segunda discussão o Projeto de Resolução nº 15/2019, institui
a Campanha Ambiental “Câmara Verde”, mediante plantio de mudas de árvores como
forma de compensação pelo uso de papel na Câmara Municipal ao longo do ano
anterior ao plantio. O plantio deverá ser realizado na semana do dia 21 de
setembro, Dia Nacional da Árvore, e além da ação prática o vereador ressalta o
caráter educativo da proposta, com a conscientização dos cidadãos sobre as
práticas de consumo de papel.
O autor defendeu a proposta e sugeriu que o
presidente solicite um estudo para implementação de medidas de captação de água
da chuva e uso de energia solar, por exemplo. Fernando Dini anunciou que os
estudos citados já estão avançados, além do processo de digitalização do acervo
da Casa, com a intenção de excluir o uso de papel no próximo ano. Já o vereador
João Donizeti (PSDB) lembrou lei de sua autoria que prevê diversas medidas
ecológicas a serem aplicadas na Câmara.
Da mesma forma foi aprovado em duas discussões o
Projeto de Lei nº 349/2019, do Executivo, que dispõe sobre concessão de direito
real de uso de bem público dominial ao Grupo Escoteiro Santana. A proposta visa
permitir a continuidade do serviço público prestado pelo Grupo Escoteiro
Santana, para tanto deve ser concedido direito real de uso, pelo período de 30
anos, de um bem público de 660 metros quadrados localizado na Vila Haro.
Em seguida, foi
aprovado, em primeira e segunda discussão, o Projeto de Lei nº 194/2019, do
vereador Renan Santos (PCdoB), que declara de Utilidade Pública o “Grupo de
Escoteiro Rekôy”. O parlamentar ressalta que se trata de uma entidade sem fins
lucrativos que atua na educação de jovens de 7 a 21 anos, através da prática do
escotismo. “Com atuação desde 2012 o grupo se preocupa com o desenvolvimento
integral e com a educação permanente dos jovens, complementando o esforço da
família, da escola e de outras instituições”, afirma Renan Santos.
Moção de repúdio – Após amplo
debate, foi rejeitada em discussão única a Moção nº 12/2019, da vereadora
Fernanda Garcia (PSOL), que manifesta repúdio à adesão de Sorocaba ao Programa
Nacional de Escolas Cívico-Militares. A moção foi assinada, em conjunto, com os
vereadores Iara Bernardi (PT), Francisco França (PT) e Renan Santos (PCdoB). A
parlamentar afirma que o Programa das Escolas Cívico-militares não prevê a
elevação de investimento financeiro na educação pública.
A autora ressaltou que as escolas estão
desamparadas por falta de investimento, não possuindo boa infraestrutura, bibliotecas
e laboratórios equipados. “Com o programa, a escola continuará do mesmo jeito,
ela apenas passará a ser gerida pelos militares”, disse, lembrando que cinco
escolas de Sorocaba foram indicadas, desrespeitando profissionais da educação e
o Conselho Municipal de Educação, segundo a autora. A vereadora Iara Bernardi também
criticou o fato de o programa não ter sido debatido com os órgãos educacionais.
“Que impacto teria na cidade de Sorocaba? Não foi debatido, não foi aprovado, não
tem embasamento pedagógico nenhum”, afirmou.
Já o vereador Rodrigo Manga (DEM) se colocou
contrário à moção e disse que o país passa por uma “inversão de valores” morais
e cívicos, destacando ainda que a população sorocabana é favorável à adesão do
Município. “O programa vem trazer para as crianças noções básicas de respeito à
família e à população”, frisou, solicitando o arquivamento da moção. Da mesma
forma, Luis Santos (MDB) criticou a apresentação da moção e ressaltou a violência
escolar e o que chamou de doutrinação dos alunos, citando em seguida, uma lista
de autoridades que se colocaram favoravelmente à implantação das escolas
militares. Com 12 votos contrários e quatro favoráveis, a moção foi rejeitada.
Adoção de
recintos do zoológico – Com a derrubada do
parecer contrário, segue em tramitação o Projeto de Lei nº 75/2018,
substitutivo, de autoria do vereador Engenheiro Martinez (PSDB), que institui o
Programa “Adote um Recinto” no Zoológico Municipal Quinzinho de Barros. A
proposta visa permitir a participação da sociedade civil organizada e de
pessoas jurídicas e físicas na manutenção e reforma das instalações de recintos
do zoológico, mediante contribuição financeira ao Fundo de Apoio ao Meio
Ambiente (Fama). O autor ressaltou que, em resposta à oitiva, o Executivo se manifestou
favoravelmente ao projeto, apesar do parecer contrário da Comissão de Justiça.
De acordo com o substitutivo, o adotante ficará
autorizado, após a assinatura do termo de cooperação, a explorar a publicidade
na placa de identificação dos referidos recintos, sem retirar do Poder
Executivo a incumbência de administrar o Parque Zoológico Municipal Quinzinho
de Barros e todo o acervo biótico e abiótico que o compõe. Martinez ressalta
que o objetivo do projeto é arrecadar recursos para enfrentar as dificuldades
financeiras para manutenção do zoológico, utilizando como ferramenta para envolvimento
de empresários e da comunidade a contrapartida sob a forma de publicidade de
suas empresas.
Servidão
onerosa – Em primeira discussão, foi aprovado o Projeto
de Lei nº 352/2019, do Executivo, que autoriza o Município a instituir servidão
onerosa para passagem de ligação para escoamento de esgoto do imóvel de
propriedade de um munícipe, morador do Jardim Neuza Maria.
Segundo o
Executivo, o munícipe solicitou autorização para a passagem da rede de esgoto
em área pública contígua à sua propriedade, argumentando a necessidade dessa
providência. O Saae vistoriou a área e comprovou a necessidade da
instituição de servidão onerosa destinada à passagem de tubulação de esgoto.
Completando a pauta, foram aprovados três projetos
de lei que dispõe sobre denominações públicas. O Projeto de Lei nº 378/2019, do
Executivo, dá o nome de "Carlos Lima Marcelo" a rua do condomínio
Vivendas do Lago. De autoria do vereador Silvano Júnior (PV), o Projeto de Lei
nº 379/2019 nomeia de “Professor Rubens Pereira de Paula” uma escola municipal
localizada no Conjunto Habitacional Terra Nova. Por fim, o Projeto de Lei nº
381/2019, do vereador Anselmo Neto (PSDB), dispõe sobre a denominação de
"Benedita Maria Bozzola" a uma via pública do Jardim Nathalia.
Combate à violência doméstica – O Projeto de Lei nº 43/2018, da vereadora Fernanda Garcia,
que institui em Sorocaba o Projeto de Prevenção da Violência Doméstica com a
Estratégia de Saúde da Família, será encaminhado à oitiva. A proposta, que já é
lei em outros municípios, é voltada à proteção de mulheres em situação de
violência, por meio da atuação preventiva dos Agentes Comunitários de Saúde.
A autora lembrou que foi realizado na Casa um
seminário para debater a proposta, em outubro deste ano, reunindo instituições
como Defensoria Pública, Ministério Público, Cerem e agentes comunitários de
outras cidades. “Contamos com a presença da promotora Fabiola Sucassas, idealizadora
desse projeto, que trouxe a experiência das agentes, na maioria mulheres, que frequentam
as casas e prestam atendimento e orientação, sendo atores essenciais para que a
estratégia funcione”, explicou, destacando que a proposta é prevenir casos de
violência doméstica e feminicídios.
Como foi considerada inconstitucional pela
Comissão de Justiça, a autora solicitou o encaminhamento da proposta para
oitiva da prefeita Jaqueline Coutinho. Fernanda Garcia disse que espera que a
chefe do Executivo encampe o projeto, destacando que apresentou uma emenda ao
orçamento com recursos para a compra das cartilhas educativas previstas no
projeto. As vereadoras Cintia de Almeida (MDB) e Iara Bernardi (PT), assim como
o vereador Luis Santos (MDB), ressaltaram a importância do projeto, principalmente
por seu caráter preventivo.
Os dois projetos
de Rodrigo Manga (DEM) sobre tarifas cobradas nos cemitérios, em primeira
discussão, foram retirados de pauta pelo autor para oitiva do Executivo. O
Projeto de Decreto Legislativo nº 37/2019 tem o objetivo de sustar os efeitos
do Decreto Municipal nº 24.788, de 26 de abril de 2019, que estabelece novas
tarifas de serviços cemiteriais. Já o Projeto de Lei nº 193/2019 visa
estabelecer limites para reajustes de tarifas públicas de serviços cemiteriais
aos índices inflacionários medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), medido e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Estudo de impacto de vizinhança – Após diversas manifestações dos parlamentares, o autor pediu
a retirada, por uma sessão, do Projeto de Lei nº 331/2019, de Hudson Pessini
(MDB), que altera a redação dos artigos 1º-A, 5º e 8º da Lei nº 8.270, de 24 de
setembro de 2007, alterada pela Lei nº 11.768, de 30 de julho de 2018.
O projeto de lei
visa ampliar a necessidade de elaboração de Estudo de Impacto de Vizinhança
(EIV) e Relatório de Impacto de Vizinhança (RIVI) para abranger também a
terceirização, a elaboração de parcerias com entidades do terceiro setor e
também as prorrogações, ampliação de vigência, alterações e aditamentos de
instrumentos jurídicos que envolvam assistência e atendimento à população em
situação de rua e/ou em vulnerabilidade nas Zonas Residenciais 1 e 2 e da Zona
Comercial.
Também foi retirado de pauta, a pedido do líder
do governo, o Projeto de Lei nº 345/2019, do Executivo, que autoriza os
entes da administração direta e indireta do Município a firmarem convênio com o
Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, cedendo servidores municipais para
prestarem serviços de apoio burocrático na Vara da Fazenda do fórum local.
Já o espaço regimental da Tribuna Social foi utilizado pelo líder comunitário Osni Nogueira dos Santos que falou sobre o abandono dos prédios do "Sabe Tudo" e também sobre o Integrabike.