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23/03/2020 18h04
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O médico Sandro Dini falou sobre medidas preventivas e outras questões envolvendo o novo coronavírus

Com o objetivo de esclarecer a população sobre as formas de se prevenir do contágio pelo coronavírus, o médico Sandro Dini, que é gastroenterologista e cirurgião do aparelho digestivo, além de atuar em projetos sociais na área de saúde, concedeu entrevista à Rádio Câmara na tarde desta segunda-feira, 23, quando respondeu questionamentos de ouvintes sobre o novo vírus. A entrevista, comandada pelo jornalista e radialista Anderson Santos, foi transmitida ao vivo também pela TV Câmara e pelas redes sociais da Câmara Municipal de Sorocaba.

“Após essa pandemia, o mundo não será o mesmo. Vamos ter que mudar condutas, especialmente condutas de higiene”, afirmou Sandro Dini, ressaltando que a pandemia atingiu o mundo de forma abrupta, levando a comunidade científica e os sistemas de saúde de todo o mundo a buscar respostas para prevenir e combater o vírus. Sandro Dini conta que, nesse período, decidiu fechar seu consultório particular, em que trabalha com pacientes eletivos, para se somar ao combate ao coronavírus.

“O que já se sabe é que estão no grupo de risco as pessoas acima de 60 anos, especialmente aquelas com mais de 80 anos, além de pessoas de qualquer faixa etária que apresentem doenças como tuberculose, asma, bronquite crônica, diabetes, hipertensão, além de transplantados de fígado e do rim, bem como pacientes com doença renal, que precisam fazer diálise”, explica Sandro Dini.

“A maioria dos pacientes de coronavírus são assintomáticos ou com sintomas leves, como coriza e tosse. Como não há testes para todo mundo, não dá para responder quem tem e quem não tem o vírus”, observou, destacando febre alta, tosse seca e, sobretudo, fadiga respiratória entre os sintomas da doença.

Isolamento social – O médico também enfatizou a importância das medidas que estão sendo tomadas no país e no mundo para evitar a transmissão do vírus: “O isolamento social é muito importante para evitar a transmissão do vírus. A transmissibilidade do coronavírus é alta, cada pessoa contaminada pode contaminar outras 2,5 pessoas, isto é, cerca de três pessoas”, enfatizou Sandro Dini, explicando as formas de contágio, que podem ser por meio de espirro, tosse, catarro, gotículas de saliva, objetos ou superfícies contaminadas e contato próximo, como toque ou aperto de mão.

O médico ressaltou a importância de se higienizar todos os produtos comprados em supermercados ou outros locais, antes de utilizá-los em casa. “Muitas pessoas ainda têm o hábito de levar a mão ao rosto ao espirrar e, depois, pegam nos produtos para olhar preço ou data de validade. Como o vírus pode sobreviver até cinco dias, dependendo da superfície, ainda não se sabe ao certo, o produto pode estar contaminado, daí a importância da higienização, passando um pano com água sanitária”, explicou.

Para o médico, tudo o que for entrar em casa deve ser higienizado antes. “O coronavírus não está bem determinado. Ele tem uma superfície de gordura que o leva a morrer facilmente com detergente e água sanitária, mas ele sobrevive em maçanetas, na mão, e se a pessoa levar a mão em alguma mucosa, como boca, nariz e olhos, pode ser infectada”, explicou, recomendando, ainda, que, ao chegar em casa, convém tirar os sapatos.

O médico explicou que quem já teve Covid-19 não continua transmitido o vírus e que os animais de estimação também não são transmissores. Sandro Dini desaconselhou, ainda, o uso de máscaras artesanais, feitas em casa, que, segundo ele, não são seguras para impedir a transmissão do vírus.

Questionado sobre os exercícios ao ar livre, Sandro Dini observou que, até o momento, não foi decretada uma quarentena total, salvo para quem está com suspeita de ter contraído o vírus, mas enfatizou que é preciso tomar cuidado ao praticar exercícios ao ar livre, evitando aglomerações e mantendo uma distância de, no mínimo, dois metros de outras pessoas. “Mas devemos ir nos acostumando com a ideia de ficar em casa mesmo, pois logo vai chegar a quarentena total”, ressaltou.

Sistemas de saúde – O médico observou que Sorocaba, apesar de muitas críticas, melhorou muito o seu sistema de saúde, que, no entanto, não está preparado para uma pandemia como o coronavírus. “Nenhuma cidade do mundo está preparada. Até Nova York, epicentro da epidemia nos Estados Unidos, está sofrendo com a falta de kits de testes e equipamentos. A China, apesar de ter construído um hospital em poucos dias, também não estava preparada. Por isso, é muito importante ficarmos fora das ruas para evitar o contágio”, afirma.

Sandro Dini elogiou à conduta do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, no combate à pandemia, e, a exemplo de outras autoridades de saúde, também afirmou que não é possível fazer testes em todo mundo, como recomenda a OMS (Organização Mundial de Saúde). “Não há kits de testes suficientes nem em Sorocaba nem no resto do mundo. Então, é provável que tenha coronavírus circulando em hospitais”, observou, acrescentando que, passada a pandemia, “o vírus vai permanecer entre nós, mas numa proporção menor, sem causar tantos danos”.

O médico também falou sobre o papel dos profissionais de saúde, que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus. “É uma situação difícil. Mas o profissional de saúde tem um preparo psicológico maior do que o resto da população, pois está acostumado a situações de estresse. Não só o médico, mas enfermeiros, técnicos, auxiliares, motorista de ambulância, pessoal de limpeza. O problema maior é a velocidade das informações, pois como se trata de uma doença nova, a todo momento mudam protocolos e o profissional de saúde precisa acompanhar esse fluxo de informações”, observou.

Por fim, o médico recomendou à população: “Fiquem em casa; evitem sair o máximo possível; cuidado com a estocagem de álcool e alimentos; e muito cuidado com os idosos. Evitem ir ao pronto-socorro desnecessariamente, só no caso de febre alta e, sobretudo, falta de ar, mas não confundir com uma falta de ar motivada por pânico. Caso tenha que sair de casa, saia só uma pessoa e tenha protocolo de entrada em casa, tire os sapatos, higienize celular, relógios, chaves etc.” – enfatizou Sandro Dini.

A entrevista foi transmitida ao vivo pela Rádio e TV Câmara e ficará disponível nas redes sociais da Casa.

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