01/04/2020 15h47
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Paola Canineu também falou sobre atenção integral dos idosos, incluindo alimentação adequada, hábitos de higiene, atividades físicas orientadas e contato social à distância 

A geriatra Paola Canineu foi a entrevistada da TV Câmara, na tarde desta quarta-feira, 1º de abril, com apresentação de Priscilla Radiguieri. A médica falou sobre a atenção aos idosos durante a pandemia do Covid-19. 

Questionada sobre os cuidados essenciais com os idosos, a médica lembrou que o novo coronavírus tem uma agressividade maior em uma imunidade menor, e que a melhor medida é o isolamento social. “Ficar em casa, lavar as mãos, que é o principal, manter o hábito da higiene, e se alimentar muito bem para tentar melhorar essa imunidade”, citou. Outras medidas importantes, segundo a médica, são tomar sol, caminhadas no quintal e exercícios físicos orientados dentro de casa. 

A entrevistada também destacou que o ideal é que os idosos tenham um suporte social e recebam em casa alimentos e medicamentos. “Alguém da família ou um vizinho. É aí que a gente conta com a solidariedade. Quando isso é impossível, deve-se sair o menos possível. É ir e voltar, sem muito contato com outras pessoas. Se não conseguir lavar as mãos, usar o álcool gel e lavar os produtos do supermercado ao chegar em casa”. A geriatra reforçou ainda que o idoso deve manter contato com seu médico para evitar consultas desnecessárias.

Dra. Paola frisou a importância da alimentação balanceada, regrada, sem pular refeições e sem jejum prolongado. “Como orientação geral, ter todas as refeições, tentar se alimentar de forma adequada e não exceder na quantidade. Ter um prato colorido, com legumes e frutas, tomar água e, aos que gostam e tem acesso, incluir a proteína, para que essa refeição seja adequada, dentro das possibilidades de cada um, e que não haja tempo muito grande entre as refeições”, orientou.

A médica também discorreu sobre medidas para evitar a depressão nesse período de quarentena, como a manutenção do contato dos idosos com o mundo e com os familiares através da tecnologia e redes sociais. Disse ainda que é preciso reinventar as rotinas, incluindo novas atividades manuais, leitura, jogos, exercícios físicos, entre outras atividades que auxiliam também na cognição e memória. A geriatra falou ainda sobre o resgate da vida familiar. “Nós temos obrigação de não deixá-los isolados ou desprovidos de segurança”, concluiu.

Sobre a percepção dos idosos quanto à pandemia, destacou que a sensação de medo e insegurança é agravada pelo excesso e rapidez das informações, mas que muitos têm esperança de que, passado esse período, as pessoas se tornem mais solidárias. “Tenho escutado de alguns idosos que essa situação talvez traga uma mudança benéfica na forma de viver. Alguns comentam que as pessoas serão mais solidárias daqui pra frente”, disse.

A médica lembrou que mesmo aqueles indivíduos fora do chamado grupo de risco poderão desenvolver a doença. Reforçou ainda que os casos assintomáticos preocupam por se tornarem transmissores em potencial aos idosos, o que requer atenção redobrada dos cuidados. “Acredito que ainda estamos no começo. Espero que com todas as condutas tomadas pelo Ministério da Saúde, pelos prefeitos e também por nós como comunidade, tentando manter o isolamento, não tenhamos a intensidade do acometimento que vimos na China, Itália e Estados Unidos”, afirmou. 

A entrevista foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e Rádio Câmara e pode ser vista na íntegra no portal e nas redes sociais da Casa.