Em entrevista à TV Câmara, Jaqueline Coutinho afirma que Prefeitura estuda flexibilizar a abertura de estabelecimentos, mas que é preciso se manter vigilante para evitar colapso do sistema de saúde
A prefeita Jaqueline Coutinho falou sobre o combate à pandemia em Sorocaba, durante entrevista à TV Câmara, na manhã desta sexta-feira, 17. A prefeita ressaltou que, até o momento, o Município apresenta níveis gerenciáveis de casos do Covid-19, mas que é preciso manter a vigilância, tanto por parte do Poder Público quanto pela população, para que o sistema de saúde não corra risco de colapso, como visto em outras cidades mundo afora.
A chefe do Executivo iniciou falando sobre as propostas aprovadas pelos vereadores nas duas últimas sessões extraordinárias - que preveem concessão de benefícios à catadores de materiais recicláveis, isenção de impostos, uso das emendas impositivas e de fundos municipais - que buscam minimizar os transtornos gerados pela quarentena para os contribuintes, comerciantes e empresários.
“É importante combatermos o coronavírus com medidas na área de Saúde, medidas sanitárias firmes, mas não podemos esquecer que após esses 30 dias de restrições o país precisa retomar o ciclo produtivo para não sofrer mais percalços do que estamos sofrendo”, disse.
A chefe do Executivo reforçou também, que a previsão de perda de arrecadação neste ano, de mais de R$ 236 milhões, anunciada pelo Secretário da Fazenda recentemente, poderá ser ainda maior, pois há informações de uma queda ainda maior no PIB, o que poderá impactar em ações já previstas no Plano de Governo para 2020, em todas as áreas.
Jaqueline Coutinho disse que contratos deverão ser reavaliados e alguns até suprimidos, dentro da lei. “A contenção de despesas tem de existir. Lembrando que entre os projetos de lei enviados temos a suspensão de ISS e da Taxa de Fiscalização por 90 dias. A tarifa-social do Saae também foi suspensa e não haverá cortes no fornecimento de água durante a pandemia. Além de outra medidas que estamos analisando para reduzir gastos públicos e fomentar a economia”, afirmou.
Isolamento - Questionada se o Município deverá acompanhar o Governo Estadual, quanto à prorrogação da quarentena, a prefeita lembrou decisão do Supremo Tribunal Federal, sobre a autonomia entre os entes federativos, e disse que a Prefeitura estuda a flexibilização das regras, em alguns setores.
“Estamos estudando, diante da nossa realidade, que não é alarmante, mas que não significa que devemos baixar a guarda, começar a nos aglomerar, o que vai disseminar sim a propagação da doença”. De acordo com a prefeita, poderá haver a flexibilização para a abertura de algumas atividades do comércio e da indústria para que as pessoas possam retomar parte de suas rotinas, porém sempre com respeito às normas da saúde.
A prefeita explicou que critérios de proporcionalidade devem ser estabelecidos para evitar aglomeração de pessoas nos estabelecimentos. “A gente vai estabelecer parâmetros que deverão ser rigorosamente obedecidos dentro dos estabelecimentos, para evitar a propagação da doença, e ao mesmo tempo para que possamos evitar que a retração na economia se prolongue causando mais prejuízos à economia local”, frisou
Atendimento de Saúde - As 32 duas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Município, desde a semana passada, estão preparadas para atender as pessoas com sintomas gripais, sendo que os que necessitam de atendimento são encaminhados à UPH da Zona Leste, que concentra os pacientes com sintomas respiratórios. As UPHs, Norte e Oeste atendem os demais pacientes. A Santa Casa é o hospital de referência ao Covid-19, contando com 30 leitos de enfermaria e 20 leitos de UTI, específicos para para pacientes com o novo coronavírus, além de outros 20 leitos de UTI contratados pela Prefeitura.
Existe ainda o hospital de campanha, instalado na Arena Multiuso, com mais de 80 leitos, de baixa complexidade, montado para ser uma unidade de suporte, caso haja necessidade. Segundo a prefeita, a estrutura do hospital está finalizada. No momento a prefeitura seleciona a entidade que deverá gerenciar a unidade. “Se tivermos uma evolução daqui para frente de muitos casos, teremos que ter um hospital para receber essas pessoas, sob pena de colapsar a Santa Casa”, frisou, destacando que a falta de respiradores é uma preocupação na cidade, assim como em todo o mundo.
Outro problema enfrentado pela Prefeitura, foi quanto a compra de equipamentos de proteção individual (EPIs), mas, de acordo com a prefeita já foram adquiridas máscaras, luvas e aventais, entre outros EPIs, além da doação de 500 máscaras de acrílico, recebidas nos últimos dias, e outras duas mil unidades que estão também sendo produzidas pelo Parque Tecnológico.
Cestas básicas - Segundo a prefeita, as secretarias municipais, junto com o Fundo Social e entidades filantrópicas, dentro do programa “Sorocaba Unida por Você”, estão engajadas para entregar quase 11 mil cestas até o próximo domingo, 19, às famílias em vulnerabilidade social cadastradas no Cadastro Único do Governo Federal ou no programa Bolsa Família. Outras 8 mil pessoas se cadastraram no canal lançado pela Secretaria de Cidadania. Jaqueline também destacou a parceria com o Poder Legislativo, que cedeu 20 veículos dos gabinetes dos vereadores para entrega de alimentos.
“Sabemos que nos últimos 30 dias passamos por dificuldades de saúde, econômica e de convívio, mas fazemos isso em benefício daqueles que amamos, mantendo o distanciamento social e medidas de higiene para que a doença não se propague dentro de um patamar insustentável”, finalizou, reforçando a importância de Sorocaba não baixar a guarda quanto ao combate ao Covid-19.
A entrevista com a prefeita Jaqueline Coutinho foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e redes sociais do Legislativo e pode ser assistida no canal da Câmara Municipal no YouTube, através do link: https://youtu.be/kVy47An1kAE.