22/04/2020 18h59
atualizado em: 23/04/2020 10h13
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A pedagoga Maura Bolfer, em entrevista à TV Câmara, discorreu sobre mudança de paradigma e a readequação da escola no isolamento social

Os reflexos do isolamento social no sistema de ensino foi uma das questões abordadas pela professora Maura Bolfer, mestre em Educação pela Unicamp (Universidade de Campinas) e doutora em Educação pela Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba), em entrevista concedida à TV Câmara e à Rádio Câmara na manhã de sábado, 18. Graduada pela Uniso, com ampla experiência docente, a entrevistada é também coordenadora geral do Colégio Uirapuru e da Faculdade Prof. Wlademir dos Santos.

Segundo a pedagoga, com a decretação do isolamento social em razão da pandemia de coronavírus, houve diferentes formas de reorganização das escolas, com algumas unidades já dispondo de recursos digitais para impulsionar o acompanhamento do aluno em sua própria casa e outras lançando mão de plataformas digitais que se colocaram a serviço das escolas, tendo ainda aquelas que deixaram os alunos em férias.

“Não podemos dizer que todas as escolas estivessem preparadas para essa situação, mas elas reúnem um conjunto de competências que, de um jeito ou de outro, levam o processo educativo para dentro de casa, que, mais do que nunca, passa a ser partilhado com as famílias”, ressaltou, enfatizando que esse processo é um trabalho acadêmico, um projeto pedagógico, que deve ser considerado como período letivo.

“Estreitamento de relações” – Maura Bolfer enfatizou que, desde o advento do processo de escolarização em massa, a educação formal passou a ser de responsabilidade da escola e continua sendo, nesse período de isolamento social, ainda que com maior participação da família. Para a pedagoga, esse é um momento de corresponsabilidade e aproximação entre a família e os profissionais da educação. “Esse é um momento de estreitamento de laços, de trabalharmos e caminharmos juntos”, enfatizou.

Para a professora, esse é um momento de mudança de paradigmas, em que as habilidades socioemocionais se somam ao conhecimento cognitivo. Também observou que a manutenção de uma rotina diária, com horários definidos, é fundamental para o aprendizado do aluno em casa. “É uma oportunidade de mudança de paradigma para a própria cultura familiar”, disse.

A pedagoga elogiou a iniciativa de prefeituras e governos estaduais no sentido de preparar os professores da rede pública para atuar neste contexto de isolamento social em que as escolas precisam readequar seu projeto pedagógico. “Perdas nós teremos de um modo geral. Mas também teremos muitos ganhos pela proximidade entre escolas, professores, alunos e famílias num grande movimento de cooperação”, destacou, acrescentando que é possível que todos, professores, alunos e família, por meio da cooperação, saiam fortalecidos desse processo.

A entrevista foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e Rádio Câmara e pode ser vista na íntegra nas redes sociais da Casa, através do seguinte endereço eletrônico: https://youtu.be/SmlrrLaYSzY