30/04/2020 15h00
Facebook

Entidade faz arrecadação e distribuição de alimentos e produtos de higiene para moradores de rua e pessoas necessitadas

A pandemia de Covid-19 tem feito as pessoas ficarem em casa para se protegerem, mas a entidade Anjos do Bem tem mantido o trabalho voluntário de auxílio a quem não tem onde morar. Quem explicou a atividade do projeto social foram as voluntárias Djana Andreza Ribeiro e Paula Roberta Pereira, que na tarde desta quinta-feira (30) participaram de uma entrevista na TV Câmara Sorocaba.

Paula Pereira explicou que a entidade foi criada para prestar assistência a moradores de rua, distribuindo comida, mas que no período da pandemia também tem atuando na assistência a famílias carentes. "Hoje entramos como voluntários do Fundo Social e também em parceria com a Liga do Bem na distribuição de cestas básicas", contou.

Na rotina semanal de atividades, o projeto Anjos do Bem faz arrecadação de alimentos e produtos de higiene para serem destinados a famílias carentes, além de entregarem refeições e lanches a moradores de rua. Em Sorocaba, a entidade atua na região da praça central, no pontilhão da avenida General Osório, em frente ao cemitério da Saudade e em outros pontos da cidade que concentram pessoas carentes.

Djana lembrou que apesar do esforço da equipe, muitos moradores de rua não querem ser ajudados, mas para os que aceitam, é disponibilizada até mesmo a oportunidade de internação em clínica para suporte. Ela conta que tem alcançado resultados gratificantes de pessoas que receberam ajuda. "A grande maioria foi deixada pela família e hoje são pessoas do bem, casados, com famílias estruturadas. Essa é nossa motivação", afirma a voluntária, criticando a generalização da imagem de que os moradores de rua desejam estar na situação em que se encontram.

Paula revelou que existem pessoas que estão vivendo nas ruas da cidade com algum transtorno mental e enfrentam a situação por não terem tratamento adequado. "Acho que a internação involuntária seria importante nessa situação", disse. Ela ainda contou que algumas pessoas auxiliadas pela entidade não moram nas ruas, mas não tem o que comer em casa.

Sobre o perfil dos assistidos, Paula disse que no geral são desempregados sem condições de voltar para casa e outros estão na rua por problemas familiares. "A maioria é de 20 anos pra cima", explicou. A voluntária ainda denunciou que algumas pessoas são procedentes de outras cidades. "Sorocaba virou um depósito de moradores de rua, muitos contam que são enviados para cá de van", contou.

Cestas básicas - Atuando na distribuição de cestas básicas, as voluntárias afirmaram que no trabalho junto à Liga do Bem existe uma triagem detalhada para a destinação das doações, porém na atuação ao lado da prefeitura elas encontraram algumas situações delicadas. "Teve momento em que pensei que a pessoa iria abrir mão da cesta, pois a casa era boa, com carros na garagem", disse, lembrando que existem famílias que não necessitam da ajuda, mas que se utilizam do benefício.

Paula afirmou que faz questão de visitar comunidades para também fazer entregas de cestas básicas, devido a muitas famílias não terem acesso a meios para efetuarem cadastro nas redes de assistência.

Para participar da equipe ou doar produtos para a ação da Anjos do Bem, as voluntárias disseram que basta procurar a entidade via redes sociais. Paula contou que mantém parcerias com condomínios e outras entidades para arrecadação de produtos de higiene e de alimentação. "Toda semana fazemos a distribuição de tudo que arrecadamos, e toda semana começamos do zero", afirmou.

Ao final da entrevista, as voluntárias fizeram um apelo para que as pessoas contribuam com a entidade. "Agradeço a todos os voluntários e doadores, pois sozinho não fazemos nada, e para quem conhece alguém necessitado, é só entrar em contato com a gente que vamos até o local", disse.