18/06/2020 12h13
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O gerente médico da Colsan, Frederico Brandão, concedeu entrevista à TV Câmara

O gerente médico da Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue), Frederico Brandão, concedeu entrevista à TV Câmara na manhã desta quinta-feira, 18, quando explicou a importância da doação de sangue nesse momento de isolamento social motivado pela pandemia de coronavírus. A entrevista também foi transmitida pela Rádio Câmara. 

“A doação de sangue é uma ação de cidadania e voluntariado, que ainda não está muito arraigada no Brasil, ao contrário da Europa e dos Estados Unidos, em que os doadores regulares de sangue representam entre 3 e 5 por cento da população. No Brasil, esse índice está em torno de 2 por cento. Ainda precisamos fazer com que a doação de sangue no Brasil seja um hábito voluntário”, afirma Frederico Brandão, conclamando as pessoas com boa saúde a doarem sangue.

O gerente médico da Colsan explica que os pacientes que precisam dos componentes do sangue não dispõem de alternativa, outro produto ou remédio. “Por isso, a doação de sangue é fundamental”, enfatiza, ressaltando que a doação de sangue é segura para o doador, desde que observados os critérios para doação de sangue, uma vez que todo o material utilizado, como agulhas e bolsas, são descartáveis.

Frederico Brandão observa que existe a possibilidade de uma pessoa ter um mal-estar após uma doação de sangue, apresentando queda de pressão, por exemplo, mas esses casos, segundo ele, não chegam a 1 por cento das doações. O médico ressalta que o doador deve estar bem hidratado, não deve estar em jejum e tem que estar com uma boa saúde. “Observando esses cuidados, é raro que aconteça alguma reação. É um processo extremamente seguro”, garante.

Déficit de doações – O gerente da Colsan explicou que o Hemonúcleo de Sorocaba é responsável por todo o estoque de sangue da cidade e região, com uma média de 2.700 doações de sangue por mês. “Esse número sempre foi suficiente. Mas, com a pandemia e o consequente distanciamento social, tivemos uma queda de 30 por cento nas doações, que, agora, nos meses de maio e junho, se acentuou para 40 por cento. O consumo também caiu, porque várias cirurgias deixaram de ser realizadas, mas a queda no consumo foi menor do que a queda na doação, então, estamos com um déficit entre 15 e 20 por cento”, contabiliza.

Respondendo a uma indagação da vereadora Iara Bernardi (PT), o médico explicou que as doações de sangue podem ser feitas por pessoas de 16 a 69 anos de idade, sendo que os menores de idade devem ser autorizados por seus responsáveis legais. Pessoas com 70 anos ou mais não podem doar sangue. “Esses critérios vão sendo atualizados conforme os estudos. Antes, a idade máxima para doação era de 65 anos”, explica o médico, observando que esse limite, hoje de 69 anos, poderá aumentar, na medida em que a população for melhorando sua condição de saúde.

Frederico Brandão disse que, em virtude da pandemia, houve algumas alterações de protocolo no Banco de Sangue. “Não pode realizar a doação de sangue de qualquer pessoa que estiver com febre, sintomas gripais, tosse, coriza, falta de ar ou algum cansaço que possa ser um quadro suspeito de Covid-19. Já não podia, antes, mas agora estamos reforçando isso. Por outro lado, quem sabidamente estiver infectado pelo Covid-19 só pode doar sangue depois de 30 dias da completa recuperação dos sintomas e as pessoas que tiveram contato com pessoas infectadas ou com suspeita de Covid-19 também não devem doar sangue por 30 dias”, explica.

Frederico Brandão também explicou como se dá o processamento do sangue doado, que não é doado integralmente para o receptor, como acontecia no passado, mas, sim, transformado em componentes, que vão ser utilizados de acordo com a necessidade de cada paciente. 

O gerente médico da Colsan enfatizou que nenhum paciente deixou de receber sangue durante a pandemia, uma vez que o Hemonúcleo desenvolve um trabalho constante em prol da doação de sangue. “O sangue é algo que podemos doar em vida. A mulher pode realizar três doações por ano, com intervalo mínimo de três meses, e o homem pode realizar quatro doações por ano, com intervalo mínimo de dois meses”, enfatizou o médico, conclamando a população a dor sangue.

O Hemonúcleo de Sorocaba atende de segunda a sábado, das 7:30 às 12:30, no Hospital Leonor de Barros, no Conjunto Hospitalar, na Avenida Comendador Pereira Inácio, 564, no Jardim Faculdade. Os doares de sangue dispõem de estacionamento gratuito.