09/09/2021 10h02
atualizado em: 09/09/2021 10h38
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Em entrevista à Rádio Câmara, a vereadora falou sobre a audiência pública que será realizada na noite desta quarta-feira, 9, com autoridades da região

O represamento dos serviços de saúde realizados pelo SUS em decorrência da pandemia de coronavírus – tema de audiência pública que será realizada, de forma híbrida, presencial e virtualmente, na noite desta quarta-feira, 9, às 19 horas – foi uma das questões abordadas pela vereadora Iara Bernardi (PT) em entrevista ao Jornal da Câmara, da Rádio Câmara, na manhã desta quinta-feira, 9. No programa conduzido por Priscilla Radighieri e Amanda Mendes, a vereadora também falou sobre outros assuntos, como as leis orçamentárias e a crise hídrica.

“No período da pandemia, tivemos um imenso represamento de consultas, cirurgias e outros procedimentos. Os hospitais estaduais, o CHS e o Adib Jatene, praticamente não atenderam o que tinham que atender. O ambulatório de oncologia do Conjunto Hospitalar praticamente deixou de atender. E esses pacientes necessitam de atendimento prolongado”, afirma Iara Bernardi, citando também os casos de cardiologia, urologia, ortopedia, entre outras áreas. “Os pacientes não podem ficar o tempo todo no Pronto-Atendimento, esperando uma vaga. Unidade Básica de Saúde, como o nome diz, é para programas com crianças, gestantes, mas os casos graves necessitam de um hospital de referência e é isso o que a audiência pública irá discutir”, observa.

Participação regional – Na audiência pública promovida pela vereadora Iara Bernardi para discutir a questão devem participar o secretário de Saúde de Sorocaba, Vinícius Rodrigues, e secretários de Saúde de municípios da região, gestores de hospitais e a promotora Cristiana Palma, entre outras autoridades. A vereadora observa que serviços especializados de oncologia, urologia, cirurgias eletivas, entre outras especialidades, estão represados e, no seu entender, se torna urgente retomar esse atendimento, com um fluxograma dos serviços por parte dos hospitais estaduais, dos quais dependem os municípios. 

Para a vereadora, não bastam os mutirões de saúde, que, no seu entender, precisariam ter continuidade, com um fluxo de atendimento do paciente que é diagnosticado com um problema de saúde no mutirão. “Caso contrário, ele ficará com seu exame até que ele perca a validade sem que tenha atendimento, como ocorre nos mutirões de mamografia. O que vai acontecer depois de feito o exame? É esse o drama. O paciente precisa ser inserido no sistema de atendimento, seja na Policlínica, na Rede Hebe Camargo ou nos nossos hospitais”, enfatiza.

Crise hídrica – A vereadora também externou sua preocupação com a crise hídrica, que, conforme salientou, é um problema nacional, alertando para o risco de apagões pelo Brasil afora, além do estado crítico dos mananciais de Sorocaba a região, como a represa de Itupararanga. “A represa se encontra numa área de proteção ambiental, mas não foi devidamente protegida. Recebe pesticidas, tem plantações de eucaliptos em volta, é cercada por condomínios imensos, recebe esgoto de cidades que estão acima e outras cidades retiram água dos rios que formam a represa. Ela se encontra em estado crítico e pode ser necessário usar, em breve, seu volume morto, que exige muito mais tratamento”, alerta, lembrando, ainda, que a represa precisa liberar água para o Rio Sorocaba.

Iara Bernardi é autora do Projeto de Lei nº 333/2021, apresentado com o vereador Cristiano Passos (Republicanos), que institui mecanismos de mitigação dos impactos das crises hídricas sazonais, por meio da prevenção e combate permanente ao desperdício de água no âmbito do Município de Sorocaba. A lei prevê uma série de medidas para garantir o uso racional da água e assegurar sua necessária disponibilidade em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos. O projeto também pretende prevenir, fiscalizar e punir o uso inadequado dos recursos hídricos.

“É um projeto que propõe um controle mais rígido do uso da água e estabelece bandeiras para seu uso. Não nos moldes da bandeira de energia, que prevê um aumento da tarifa, mas um alerta para mostrar quando a situação é crítica e que é preciso economizar água, inclusive prevendo multas para quem desperdiçar água nesse momento de crise. Essa regulação não existia em Sorocaba”, explica, acrescentando que os recursos naturais, inclusive a água, não são infinitos e é preciso aprender a utilizá-los com parcimônia.

Leis orçamentárias – Por fim, Iara Bernardi também falou sobre as leis orçamentárias, defendendo que haja mais debate sobre o assunto, com maior participação de todos os vereadores, devido à importância dessas leis para o futuro do município. Para a vereadora, a população, às vezes, não compreende bem esse papel do parlamentar como fiscalizador do orçamento e sua aplicação, uma vez que espera soluções pontuais, sem atentar para as políticas públicas e as previsões orçamentárias que alicerçam essas ações. “Se eu não fiscalizo os planos plurianuais e não participo dos debates do orçamento, vou cobrar o que depois? Fiscalizar é nossa principal tarefa”, enfatiza.

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