A professora Marystela Ferreira foi a entrevistada do programa, quando defendeu o estímulo à participação de meninas e mulheres nas ciências
A atuação das mulheres nas ciências foi tema do programa “Manhã Câmara”, da Rádio Câmara, realizado nesta sexta-feira, 10, com uma convidada que participou virtualmente, a professora Marystela Ferreira, que cursou a graduação, mestrado e doutorado em Química na Universidade de São Paulo (USP), com pós-doutorado no Institut Charles Sadron, na França.
A pesquisadora atua principalmente na área de desenvolvimento de pesquisas com filmes finos, sensores e biossensores e detecção por métodos eletroquímicos, tendo publicado mais de 90 artigos em periódicos científicos nacionais e internacionais.
De acordo com a pesquisadora, a maternidade, que tem um papel muito importante na vida da mulher, acaba representando um obstáculo para as mulheres na carreira científica. Observou ainda que a característica feminina de ser capaz de realizar múltiplas tarefas pode ser também um fator de estresse.
“Pequenas Cientistas” – Em razão dessas questões, a pesquisadora defende que a participação da mulher na ciência deve ser incentivada desde criança – uma das preocupações da UFSCar, segundo contou. Marystela Ferreira explicou como funcionam os programas de educação científica da UFSCar, entre eles o “Pequenas Cientistas”, na área de extensão, com o objetivo de estimular a participação das meninas nas ciências. Os cursos geralmente são oferecidos nos finais de semana e divulgados nas escolas. As inscrições para a edição deste ano ainda não foram abertas.
Outro ferramenta de estímulo à educação científica, inclusive para as mulheres são as olimpíadas estudantis, em áreas como matemática, química, entre outras. “Tem havido uma participação grande dos nossos estudantes, inclusive meninas, e é importante que eles continuem participando, porque é uma maneira de divulgamos a ciência”, afirma Marystella Ferreira, que, instigada pelos entrevistadores, discorreu sobre a maior preferência da mulheres por ciências biológicas e reiterou que, no caso das ciências exatas e afins, o que falta é maior incentivo à participação das mulheres nessas áreas.
Marie Curie – A pesquisadora Marystela Ferreira também lembrou da trajetória da física e química polonesa Marie Curie (1867-1934), responsável pelas pesquisas que levaram à descoberta da radioatividade, juntamente com o marido, Pierre Curie (1859-1906), e ganhou o Prêmio Nobel duas vezes: o Prêmio Nobel de Física, em 1903, junto com o marido, e o Prêmio Nobel de Química, em 1911.
A professora discorreu sobre as dificuldades encontradas pelas mulheres no campo do conhecimento, inclusive pela própria Marie Curie, lembrando que ela sofreu preconceito, na época, até por parte da Academia Real Sueca de Ciências que lhe concedeu o Nobel. A professora recomendou o filme “Radioactive”, sobre Marie Curie, cuja vida já tinha sido objeto de outro filme, “Marie Curie”, de 1943.
A entrevista da professora e pesquisadora Marystela Ferreira está disponível, na integra, nas redes sociais do Legislativo sorocabano.