O vereador protocolou projeto de lei nesse sentido, que já foi apresentado em plenário e já recebeu parecer favorável do setor jurídico da Casa
A Orquestra Sinfônica de Sorocaba, que, no próximo ano, completará 75 anos e é gerida pela Fundação de Desenvolvimento Cultural de Sorocaba (Fundec), poderá tornar-se Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade de Sorocaba. É o que prevê o Projeto de Lei nº 68/2023, de autoria do vereador Ítalo Moreira (PSC), apresentado em plenário na sessão passada e já com parecer favorável do setor jurídico da Casa, tendo sido encaminhado para a Comissão de Justiça.
“A Orquestra Sinfônica de Sorocaba é, sem dúvida, motivo de orgulho para a nossa cidade, desenvolvendo um importante trabalho de difusão da música clássica para a população sorocabana e da região. Sua tarefa sempre foi a de divulgar um repertório não somente clássico, mas diverso, para conquistar novos públicos e incentivar as pessoas, inclusive adolescentes e jovens, a apreciar música. E não há dúvida que os objetivos da orquestra foram alcançados, com mais de mil concertos realizados, somando um público de mais de 300 mil pessoas em seus concertos, nos seus 74 anos de trajetória”, argumenta Ítalo Moreira em defesa de seu projeto de lei.
Justificativa da proposta – A Orquestra Sinfônica de Sorocaba realizou seu concerto inaugural, no Cine Teatro São José, em Sorocaba, em 3 de outubro de 1949. Antes, em reunião da Câmara Municipal, em 8 de setembro de 1949, havia sido fundada a Sociedade Cultural e Artística de Sorocaba, com a finalidade de manter a orquestra e incentivar e difundir a música clássica, pintura, escultura, danças clássicas, declamação, teatro lírico, dramático e de comédia e a literatura, bem como promover concertos e saraus artísticos. A direção artística da orquestra estava a cargo do maestro Benedito Camargo, cabendo ao maestro Nilson Lombardi a direção da Orquestra Sinfônica Juvenil, também criada.
Em seus primeiros anos, a orquestra se apresentou em diversos espaços de Sorocaba, como Cine São José, Ginásio de Esportes e Cine Teatro Santa Rosália, recebendo convidados nacionais e internacionais, como o pianista Olegs Kusnecov, da Letônia, e participando de festivais de balé e montagens de ópera como é o caso de “La Traviata”, em dezembro de 1959. Já entre os anos de 1961 e 1978, não há registros de atividade da orquestra no acervo consultado para justificar o projeto de lei, mas, em 1978, alunos da Escola Municipal Professor Getúlio Vargas retomaram a Orquestra Sinfônica do Município.
Nova fase – Desde sua reinauguração, a orquestra desenvolveu uma intensa atividade de difusão musical, tendo participado do Projeto Sinfonia Paulista da Secretaria de Estado da Cultura, no período de 1981-1987. Em 1986, sob a regência do maestro Pedro Cameron, a pedido dos músicos e professores, a orquestra foi municipalizada. Em 1992, passou a ser administrada pela Fundec (Fundação de Desenvolvimento Cultural de Sorocaba), fundada em 14 de abril daquele ano, com o objetivo de cuidar da orquestra, que passou a ter o nome oficial de Orquestra Sinfônica de Sorocaba.
Ítalo Moreira lembra que a Fundec é uma bem-sucedida parceria entre os setores público e privado, uma vez que teve como instituidores a Fundação Ubaldino do Amaral, a Fundação Cultural Cruzeiro do Sul, a Associação de Eventos Culturais (Assec) e a empresa Metalac S/A Indústria e Comércio, juntamente com a Prefeitura Municipal de Sorocaba, com a proposta de administrar a Orquestra Sinfônica de Sorocaba. Nessa nova etapa, passaram pela orquestra alguns maestros, entre eles, Eduardo Ostergren, que permaneceu por 20 anos à frente da orquestra, em temporadas diferentes, Jonicler Real e, atualmente, o maestro Eduardo Pereira.
Ítalo Moreira observa, ainda, na justificativa da proposta, que a Orquestra Sinfônica de Sorocaba realiza concertos mensais, em sua maioria, na Sala Fundec, que tem sua sede no antigo Teatro São Rafael, construído em 1844, em pleno coração da cidade. Também já se apresentou no Teatro Municipal de Sorocaba, no Teatro Polytheama, em Jundiaí, na Sala São Paulo, na capital, e no Festival de Inverno de Campos do Jordão. Também desenvolve um trabalho de formação de novos músicos.