31/03/2023 08h16
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Os médicos Godofredo Borges e José Jarjura receberam a homenagem por iniciativa do vereador Dr. Hélio Brasileiro (PSDB)

Os médicos José Jarjura Jorge Junior e Godofredo Campos Borges – ambos otorrinolaringologistas e professores da Faculdade de Medicina da PUC Sorocaba – foram agraciados, cada um, com o Título de Cidadão Sorocabano, por iniciativa do vereador Dr. Hélio Brasileiro (PSDB). A entrega das honrarias foi realizada pelo vereador no final da sessão ordinária da Câmara Municipal de Sorocaba, no início da tarde de quinta-feira, 30.

“Na faculdade, nós, residentes, chamávamos o Dr. Godofredo não de doutor, nem de professor, mas de Godô. Ele diz que chamava o Dr. Jarjura de segundo pai, mas ele também era como um pai para nós. Chegávamos de outras cidades e outras regiões e tínhamos nele aquela pessoa simples, acolhedora”, contou o Dr. Hélio Brasileiro ao fazer a entrega da homenagem.

O vereador lembrou que Godofredo Borges atuava como professor assistente de forma voluntária, sem salário, e fazia mestrado, pesquisando um exame que ainda não havia no SUS. Certa vez, convidou Hélio Brasileiro para ir a Itapeva atender crianças gratuitamente, no sábado e no domingo. “Godô é apaixonado pela PUC, carregava a faculdade nas costas, voluntariamente, sem ganhar um centavo. Em razão disso, ele muito fez e faz por Sorocaba”, disse o vereador e médico, referindo-se ao homenageado.

Ao agradecer a honraria, Godofredo Borges lembrou de seus tempos de estudante de medicina, disse que se tornou um sorocabano, inclusive tendo dois filhos que nasceram na cidade. “É com muito orgulho que me torno cidadão sorocabano e é uma dupla honra receber essa honraria junto com o Jarjura, que é meu segundo pai”, enfatizou.

Retidão e ética – “As características do Dr. Jarjura se chamam integridade, ética, retidão, justiça”, afirmou o vereador Dr. Hélio Brasileiro ao entregar a homenagem ao médico José Jarjura Jorge Júnior. O vereador contou que, em Recife, quando estava próximo de se formar, ouvia que o melhor lugar para fazer residência em Otorrinolaringologia era São Paulo, mas também lhe disseram que não conseguiria entrar numa residência paulista sem indicação. “Numa primeira prova para residência que fiz, tinham oito vagas e passei em terceiro na prova escrita. Mas, na entrevista, fui para o 28º lugar”, contou Hélio Brasileiro, lembrando que as perguntas que lhe fizeram não avaliavam seu conhecimento, apenas questionavam a razão de ter saído de Recife.

Então, um amigo recomendou que prestasse residência em Sorocaba, porque “o chefe de lá é íntegro, é correto”. Seguindo o conselho do amigo, Hélio Brasileiro prestou a prova para residência em Otorrinolaringologia na PUC de Sorocaba: “Passei em primeiro lugar sem ninguém me conhecer, com 9,8, enquanto o segundo colocado, que era da casa, passou com 7,5. Essa atitude ética do senhor, professor, foi o que me fez ser otorrino. Eu já tinha desistido, ao ver que, por mais preparado que estivesse, era barrado nas entrevistas”, afirmou Hélio Brasileiro, agradecendo o homenageado pela integridade e atribuindo a essa sua conduta o fato de ter-se tornado médico e empresário da saúde em Sorocaba.

“O senhor mudou a minha vida. Se o senhor não tivesse sido honesto e íntegro, como o senhor foi, provavelmente eu teria voltado para Recife e estaria fazendo uma especialidade que não queria. Hoje, não me sentiria tão realizado quanto me sinto, exercendo a medicina em Sorocaba, operando pessoas, gerando empregos. Muito obrigado por tudo que o senhor fez por mim, por minha família, por minha vida, mas principalmente por Sorocaba e pelos alunos e residentes da Faculdade de Medicina da PUC. O senhor foi um grande pai não só do Dr. Godofredo, mas de todos nós, uma referência em integridade que sempre guardarei em minha memória” – disse Hélio Brasileiro, dirigindo-se a José Jarjura Jorge Júnior.

Ao agradecer a homenagem, o médico José Jarjura contou que chegou em Sorocaba em 1977. “Nesse período já formamos cerca de 90 especialistas, alguns de alto nível, como o Dr. Godofredo e o Dr. Hélio. Mas tudo que você alcançou na sua especialidade e na sua vida, inclusive como vereador, é única e exclusivamente fruto da sua competência”, disse Jarjura, dirigindo-se a Hélio Brasileiro. “Ficamos muito honrados com essa homenagem e nos sentimos realmente sorocabanos, apesar de não morar aqui. O Dr. Godofredo até me leva no estádio para ver o São Bento e, como estou de roupa muito formal, o pessoal acha que sou olheiro”, brincou, contando que chegou a pensar em radicar-se em Sorocaba, mas, por questões pessoais, não foi possível, mesmo assim, há 46 anos, vem semanalmente à cidade para realizar seu trabalho na Faculdade de Medicina.

Godofredo Borges – Natural da cidade de São Paulo, onde nasceu em 24 de outubro de 1964, Godofredo Campos Borges é filho de Godofredo Borges e Ophelia Campos Borges. Apesar de nascido na capital paulista, onde permaneceu até janeiro de 1983, foi em Sorocaba (onde sua mãe havia morado por alguns anos) que criou raízes e tornou-se um diferencial na área da saúde da cidade, segundo Hélio Brasileiro.

Caçula dos seis filhos do casal, estudou nos colégios Meninópolis e Dante Alighieri, na capital, antes de prestar vestibular para a Faculdade de Medicina da PUC Sorocaba, em 1982, iniciando o curso no ano seguinte, quando passou a morar numa república na Rua Santa Cruz. No último ano de faculdade, perdeu um irmão, Alfredo, e seu pai. Ao fazer prova para a residência médica, decidiu fazer otorrinolaringologia. Sempre teve deficiência auditiva (foi operado aos dez anos) e é usuário de aparelhos auditivos.

É casado com a fonoaudióloga Regina Helena Montanari Borges e o casal tem dois filhos. Trabalhou em instituições de saúde como Santa Casa de Sorocaba, Hospital Santa Lucinda e UBS do Jardim Nova Esperança. Incentivado pelo Prof. José Jarjura, tornou-se voluntário na disciplina de Otorrinolaringologia desde o final da residência. Iniciou o Mestrado em Otorrinolaringologia na Santa Casa de São Paulo e, em 2001, concluiu o doutorado, sendo aprovado para professor de Otorrinolaringologia na PUC Sorocaba, onde ocupou e ocupa vários cargos clínicos, acadêmicos e científicos. 

Atualmente é o diretor-adjunto da Faculdade de Medicina da PUC Sorocaba. Também ocupou vários cargos de direção na Unimed, foi membro de comissões de ensino de Otorrinolaringologia e membro do corpo editorial de revistas científicas da especialidade. Atualmente, é coordenador da Comissão para Verificar o Ensino de Otorrinolaringologia na Graduação nas Faculdades de Medicina. Nas horas de lazer, gosta de cozinhar, viajar com a família e pescar (que aprendeu com a esposa).

José Jarjura – Natural da cidade de São Paulo, onde nasceu em 1948, o médico José Jarjura Jorge Júnior é filho do casal Dilce Rizzo Jorge e José Jarjura Jorge. Formado em 1973 pela Unicamp, fez residência médica em Otorrinolaringologia, na Santa Casa de São Paulo, de 1975 a 1978. Chegou em Sorocaba no ano de 1977, ainda residente, como voluntário para compor a equipe de professores, no intuito de implantar a residência médica e também ensinar os acadêmicos as bases da especialidade.

Em 1978, foi contratado pela PUC-SP como Auxiliar de Ensino. Impulsionado e estimulado pela carreira do ensino, defendeu seu Mestrado em 1979, também na PUC-SP. Em 1993, defendeu seu Doutorado na USP e, depois prestar os concursos pertinentes, chegou ao cargo de Professor Titular na Faculdade de Medicina de Sorocaba, assumindo a coordenação da disciplina e da residência médica de Otorrinolaringologia.

Aos 73 anos, José Jarjura é casado com a arquiteta Elizabeth Stabenow Jorge há 33 anos e tem duas filhas. Além de contribuir com a área da saúde em Sorocaba, Jarjura tem, na música, o seu hobby, sendo praticante de piano. Nos últimos 44 anos, ajudou a formar mais de 4 mil médicos, ato de que se orgulha como uma de suas maiores conquistas. Além disso, contribuiu para formar cerca de 130 especialistas em otorrinolaringologia, inclusive o médico Hélio Brasileiro, hoje vereador.