A cantora Sandra Fidalgo falou de sua trajetória musical e de seu novo álbum com o violonista Swami Jr. e participação de Zeca Baleiro
A cantora e compositora portuguesa Sandra Fidalgo, que está radicada em Sorocaba, foi a convidada do programa “Manhã Câmara”, nesta sexta-feira, 16, quando falou de seus discos e do novo álbum com o violonista Swami Jr., que conta com a participação especial de Zeca Baleiro. No programa conduzido por Priscilla Radighieri e Marcelo Araújo, a artista também falou de outras parcerias suas com grandes nomes da MPB, entre eles o acordeonista Toninho Ferragutti.
“Sempre gostei de música, por influência do meu pai, que foi um grande jogador de futebol, integrou a Seleção Portuguesa e viajava pelo mundo todo. Ele adorava o Brasil e a música brasileira e sempre levava discos com o melhor da MPB. O que não falta neste país é boa música. Então, eu e minha irmã, Dora Fidalgo, que também é cantora, ouvíamos Elis Regina, Tom Jobim, João Gilberto, entre outros grandes músicos, além de ritmos como o forró. Tudo o que havia de melhor na música brasileira, meu pai levava para casa. Então, acho que vem daí a minha escola”, conta Sandra Fidalgo.
Influências musicais – A cantora e compositora define seu trabalho como música luso-brasileira, em que, além das influências da MPB, estão presentes o jazz e o fado. “Confesso que até vir para o Brasil, eu não achava que houvesse fado na minha música. Eu nunca tinha cantado fado em Portugal. No Brasil, comecei a entender melhor as minhas influências. Até porque me diziam: ‘Você tem muito de fado. Você é muito lusitana’. De fato, sim, a minha música tem muito de fado, no sentido da influência um pouco árabe, os trejeitos de cantar os vibratos, além de certa nostalgia, sobretudo nas letras que escrevo”, analisa.
Durante a pandemia, Sandra Fidalgo produziu com o músico Léo Ferrarini, radicado em Sorocaba, um documentário sobre o fado, mostrando as raízes desta música lusitana, que está disponível no YouTube. “Fizemos uma pesquisa e uma apresentação breve do fado, que, inclusive, está presente no Brasil. Conheci muitos bons fados em terras brasileiras, como ‘Saudades do Brasil’, do Vinícius de Moraes, e ‘Barco Negro’, que, em sua origem é ‘Mãe Preta’, de Piratini, um sambista do Sul”, conta. Sandra Fidalgo acabou compondo no Brasil seu primeiro fado, dedicado à sua mãe, que integra seu novo álbum, recém-lançado nas plataformas digitais. “Ao estudar fado e cantar fado, senti que minha voz encorpou e ganhou uma amplitude que eu desconhecia”, disse.
Novo álbum – O mais novo trabalho de Sandra Fidalgo é o álbum autoral “Manhã Azul”, com o violonista Swami Jr., também responsável pelos arranjos e parceiro da cantora em uma das canções para a qual compôs a melodia. Um dos destaques do álbum é a canção “Mundo Novo”, da própria Sandra Fidalgo, que conta com a participação especial de Zeca Baleiro. Outro destaque é o fado “Jardins em Que Me Guardo”, com a participação especial do acordeonista Toninho Ferragutti. Com um total dez faixas, o álbum “Manhã Azul” está disponível nas principais plataformas de música (Spotity, Deezer, YouTube, YouTube Music etc.).
Sandra Fidalgo também falou sobre sua vinda para o Brasil e disse que se sentiu muito acolhida no país, além de ter-se sentido bem em Sorocaba tão logo conheceu a cidade. Segundo ela, os brasileiros se encantam com seu sotaque lusitano e, ao expressarem isso, já a cativam pela simpatia que demonstram. Também falou de seu encontro com o produtor sorocabano Marco de Almeida, que a colocou em contato com outros músicos, a começar pelo acordeonista Toninho Ferragutti, com quem gravou o álbum “Paisagem Verde” (voz e acordeão) com clássicos da MPB e música autoral e realizou shows também em duo, inclusive no Sesc Sorocaba.
A entrevista de Sandra Fidalgo à Rádio Câmara também foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e pode ser vista na íntegra nas redes sociais do Legislativo sorocabano.