A iniciativa foi do vereador Dylan Dantas (PSC) e contou com representantes de diversas instituições, entre elas a Fundação Ubaldino do Amaral
Os 120 anos de fundação do jornal “Cruzeiro do Sul” foram comemorados em sessão solene da Câmara Municipal de Sorocaba, realizada na noite de quinta-feira, 22, no plenário da Casa. A iniciativa do evento foi do vereador Dylan Dantas (PSC), que ressaltou o compromisso do jornal com a informação de qualidade e “com os valores essenciais da sociedade, o respeito à família e ao ser humano, sem esquecer de Deus, caracterizando-se por ser uma instituição sólida e perene, que faz parte da história de Sorocaba”.
Além do vereador, que presidiu os trabalhos, a mesa de honra foi composta pelas seguintes autoridades: Hélio Sola Haro, presidente do Conselho de Administração da Fundação Ubaldino do Amaral; Laelson Rodrigues, diretor financeiro da fundação e um dos seus instituidores; Pedro Roberto Pereira de Souza, presidente da Loja Maçônica Perseverança III; jornalista Eduardo Santinon, diretor de área da Secretaria de Comunicação, representando o prefeito Rodrigo Manga; e o sumo sacerdote Antônio Pietro Neto.
Em seu pronunciamento na sessão solene, Dylan Dantas destacou o papel social exercido pelo jornal: “Como um vereador conservador, sou muito atento à história e à tradição e não poderia deixar de homenagear o jornal ‘Cruzeiro do Sul’, uma instituição que se tornou referência pelo serviço que presta à sociedade, tornando-se o maior jornal do interior do Brasil, sempre acompanhando as transformações de Sorocaba, do Brasil e do mundo. É um jornal que forma opinião por meio de um trabalho isento, um trabalho comprometido com a sociedade, tornando-se parte da história de Sorocaba” – ressaltou o parlamentar.
Diversas instituições – Na mesa estendida, estiveram presentes: Rocco Júnior, controlador geral do município; Otávio Martinez, corregedor geral do Município; Lucas Gandolfe, chefe de gabinete do vereador Ítalo Moreira (PSC); Alípio Borges de Queiroz, assessor parlamentar do vereador Fausto Peres (Podemos); Maísa Souza, presidente da Fraternidade Feminina da Perseverança III; Luciane Cristina Durigan, diretora do Colégio Politécnico; Luiz Henrique Alves, presidente do Lar-Escola Monteiro Lobato; Gerdy Silveira, vice-presidente da Fundação Cultural Cruzeiro do Sul; Érica Mora, diretora da Liga Sorocabana de Combate ao Câncer; Márcio Rios de Lima, diretor de patrimônio da Associação Comercial de Sorocaba.
Também estiveram presentes o ex-vereador Américo de Carvalho Filho; o professor Geraldo Almeida e os jornalistas Fábio Rogério, Wilma Antunes, Joel Vieira e Caio César, entre outras autoridades, representando diversas instituições de Sorocaba. O evento contou com apresentações musicais do Grupo de Metais Acordes Sorocabanos sob a regência do trombonista Isaac Lopes, acompanhado por William Camargo (trompa), Renato Rodrigues (trombone e eufônio) e Gabriel Garcia (tuba).
Acompanhando a história – Durante a sessão solene foi exibido um vídeo institucional, mostrando que o jornal “Cruzeiro do Sul” viveu as mudanças e acompanhou as muitas transformações de Sorocaba, do Brasil e do mundo em seus 120 anos de história, desde a impressão artesanal até o meio digital, sempre com a missão de informar o leitor da melhor maneira. O jornal começou a circular em 12 de junho de 1903, fundado pelos irmãos Joaquim Fermiano e João Clímaco de Camargo Pires, como uma publicação bissemanal, passando a ser publicado três vezes por semana a partir de 1908. Posteriormente, passou a sair de terça a domingo. De 1903 até 1963, o jornal foi administrado por empresas familiares.
A partir de 1963, o jornal foi adquirido por membros da Loja Maçônica Perseverança III e, no ano seguinte, começou a ser gerido pela recém-criada Fundação Ubaldino do Amaral, também responsável por outras iniciativas voltadas para a educação, promoção humana, socorro aos carentes e melhoria da qualidade de vida dos sorocabanos. Em 1973, o “Cruzeiro do Sul” se tornou a primeira publicação do interior do país a adotar a composição fotográfica e a impressão em offset com a utilização de rotativas de última geração.
Jornalismo imparcial – O presidente do Conselho de Administração da Fundação Ubaldino do Amaral, Hélio Sola Haro, rememorou a história do “Cruzeiro do Sul” e lembrou que a Loja Maçônica Perseverança III adquiriu a empresa jornalística com o intuito de garantir sua sobrevivência como “uma imprensa forte, independente e imparcial e, ao mesmo tempo, utilizar os rendimentos da publicação para manter as atividades filantrópicas desenvolvidas pela loja”. Sem deixar de ressaltar o trabalho dos demais diretores e instituidores, fez questão de destacar a figura do conselheiro Laelso Rodrigues, o único instituidor da Fundação Ubaldino do Amaral que faz parte da atual diretoria e está presente diariamente no jornal.
“Em 120 anos, muita coisa mudou. Alguns países surgiram, enquanto outros deixaram de existir, continentes, foram redesenhados, guerras e pandemia ceifaram milhões de vidas, novas tecnologias se desenvolveram e transformaram a vida do planeta. Até mesmo os valores passaram por readequações, atribuindo sentidos diferentes a conceitos arraigados. O jornal ‘Cruzeiro do Sul’ não apenas acompanhou todas essas alterações como as registrou de forma imparcial. Mas nunca se esqueceu de Deus e da família, princípios básicos para o equilíbrio das boas condutas, da ética, da convivência harmônica, respeitosa e saudável entre as pessoas, o que fica explícito na capa do jornal, onde temos impressa a frase ‘Cremos em Deus e na família’”, afirmou.
Amor à leitura – Hélio Sola Haro observou que todas as 36.414 edições do jornal “Cruzeiro do Sul” estão disponíveis digitalmente e de forma online por meio do Projeto Memória para assinantes e não assinantes através de acesso eletrônico. O acervo físico do jornal também está disponível em sua sede, no Alto da Boa Vista, e no Gabinete de Leitura Sorocabano, no Centro. Destacou, ainda, que o jornal “Cruzeiro do Sul” é um braço da Fundação Ubaldino Amaral, também atuando em filantropia e auxiliando as entidades assistenciais de Sorocaba e região.
“Às vésperas de completar 59 anos na direção do jornal ‘Cruzeiro do Sul’, a Fundação Ubaldino do Amaral mantém os objetivos traçados pelos seus 21 instituidores, todos integrantes da Loja Maçônica Perseverança III, que trazem na bagagem conquistas como a criação da primeira escola noturna em Sorocaba, em 1869, a implantação do Liceu Sorocabano, em 1887, a criação da atual Escola Estadual Júlio Prestes de Albuquerque, o Estadão, em 1928, a implantação do Lar-Escola Monteiro Lobato, em 1946, e a criação do Colégio Politécnico, em 1999”, enumerou, destacando “esse amor pela leitura, pela busca da informação, com credibilidade e sem paixões”, seja um legado para as próximas gerações.
Vivendo o jornal – Decano da Fundação Ubaldino do Amaral, Laelso Rodrigues, que está com 91 anos, também se pronunciou e relembrou fatos que marcaram a história do jornal. “Eu gostaria de dizer que, nos meus 91 anos, praticamente vivi o jornal ‘Cruzeiro do Sul’ e lembro com saudades quando, com os meus 13 anos, o jornal fez uma edição especial quando acabou a Segunda Guerra Mundial. Vocês não imaginam a alegria da população. Todos nós fomos para as ruas, todos nós ficamos felizes quando terminou realmente a guerra”, contou.
Laelso Rodrigues disse que, em 1963, a pedido de Paulo Pence Pereira, presidente da Loja Maçônica Perseverança III, ficou encarregado de elaborar um relatório para a compra de uma empresa que pudesse ajudar as entidades beneficentes mantidas pela loja. “Como único membro vivo até hoje, eu realmente sinto saudades daquele tempo, quando começamos com um serviço voluntário, fazendo com que o jornal continuasse até hoje. E o jornal ‘Cruzeiro do Sul’ vai continuar trabalhando para que possamos fazer de Sorocaba uma cidade feliz e muito grande”, enfatizou.
Após as homenagens, com a entrega de votos de congratulações aos homenageados, o jornalista Eduardo Santinon, diretor de área da Secretaria de Comunicação, falando em nome do prefeito Rodrigo Manga, enfatizou que os 120 anos do ‘Cruzeiro do Sul’ são mais do que uma data. “É esse simbolismo que o ‘Cruzeiro do Sul’ representa para a cidade de Sorocaba. Numa época em que os veículos de comunicação enfrentam dificuldades, o Cruzeiro do Sul sobrevive. E por que que sobrevive? Pela credibilidade e prestação de serviço” – destacou Santinon, que já foi editor do jornal.
A sessão solene foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e pode ser vista, na íntegra, nas redes sociais do Legislativo sorocabano.