Ondina Seabra foi homenageada em sessão solene realizada por iniciativa da vereadora Iara Bernardi
Ondina Seabra, a primeira professora negra de Sorocaba, que morreu no dia 6 de março de 2024, aos 102 anos de idade, foi homenageada em sessão solene na Câmara Municipal de Sorocaba na noite desta terça-feira, 3. A iniciativa foi da vereadora Iara Bernardi (PT), que preside a Comissão dos Direitos da Comunidade Negra e Promoção da Igualdade Racial do Legislativo Sorocabano.
A mesa de honra da solenidade contou com a presença da presidente do Movimento de Mulheres Negras de Sorocaba (Momunes), Maria José de Almeida Lima, a Mazé; da professora do Núcleo de Cultura Afro-Brasileira (Nucab) da Universidade de Sorocaba (Uniso), Ana Maria Souza Mendes; também do Nucab e conselheira da Funserv, a professora Marilda Aparecida Correia; do presidente da Sociedade Cultural Beneficente 28 de Setembro, Fábio Izidoro de Arruda; e do empresário Sérgio Reze.
Familiares, amigos e diversas personalidades prestigiaram a sessão solene, que teve em seus momentos culturais apresentações do cantor Julinho Simpatia (voz e violão) e do grupo de capoeira Igi Ye, com o mestre Pulga e o contramestre Rapunzel.
Iara Bernardi destacou a importância de Ondina Seabra por seu ativismo para levar educação, cultura e lazer aos negros da cidade. “A professora Ondina prezava pela ordem na sala de aula, mas também adorava uma festa. Quando se tornou diretora, promovia eventos em todas as datas comemorativas. Adorava frequentar bailes, dançar e adorava o carnaval, mas era uma das poucas negras que conseguia frequentar o Sorocaba Clube na época, onde só se entrava na companhia de alguém branco”, contou a vereadora.
Dados biográficos – A professora Ondina Seabra, primeira professora negra de Sorocaba, nasceu em 1º de julho de 1921 e dedicou cerca de 38 anos de sua vida à educação, tendo sido professora e diretora de escola, entre outras atuações no âmbito do ensino em Sorocaba.
Também foi ativista das causas do movimento negro, atuando na Frente Negra Brasileira de Sorocaba, formada pelos moradores da Vila Leão. Não se limitava à docência, pois também era uma militante que vozeirava para garantir o ensino às pessoas negras de Sorocaba, além de lutar em defesa de direitos que melhorassem a vida em comunidade.
A “Onda” – apelido carinhoso pelo qual era chamada por muitos amigos – sempre ofertou mais que ensinamentos e lutas, pois distribuía sorrisos, disseminava fraternidade e transbordava alegria. Sempre integrada e participativa da comunidade negra, a professora Onda foi membro da diretoria do 28 de setembro, clube do seu coração, onde compartilhou de inúmeros momentos de alegria, principalmente durante os carnavais, chegando a ser jurada nos concursos de fantasias.
A querida professora Ondina também era uma mulher de fé e espiritualidade. Conforme relatos, orientada pela sua ancestralidade, realizava rezas e benzimentos em benefício daqueles que a procuravam em busca de ajuda.
A professora Ondina Seabra partiu em 2023, aos 102 anos de idade, mas deixou um legado importante para educação sorocabana, para o movimento negro e, principalmente, para história da cidade.
A sessão solene em homenagem a Ondina Seabra foi transmitida ao vivo pela TV Câmara Sorocaba e está disponível nas redes sociais do Legislativo (Facebook e YouTube).