Cria o Programa de Qualidade de Vida da Mulher Durante o climatério e dá outras providências.
JUSTIFICATIVA
As palavras menopausa e climatério têm sentidos diferentes, embora sejam utilizadas como sinônimos com freqüência.
A rigor, menopausa é o momento da vida da mulher em que ocorre o último ciclo menstrual e climatério é o período que abrange toda a fase em que os hormônios produzidos pelos ovários (estrogênio e progesterona) vão progressivamente deixando de ser fabricados, incluindo-se, portanto, a transição entre fases reprodutiva e não-reprodutiva da vida da mulher.
Assim, a menopausa é um evento que acontece durante o climatério.
Nem a menopausa nem o climatério são doenças, mas ocorrências naturais ao longo da vida das mulheres.
Durante o climatério, a diminuição desses hormônios faz com que os ciclos menstruais se tornem irregulares, até cessarem completamente. Nessa fase de transcrição, ocorrem alterações físicas e psíquicas importantes, que prejudicam a qualidade de vida da mulher e seu convívio familiar e social. Essas alterações podem e devem ser tratadas.
Durante o climatério, ocorrem sintomas desagradáveis, como os seguem:
· Fogachos (ondas de calor) que, freqüente, estão associados a suores intensos e, às vezes, a tonturas e palpitações;
· Suores noturnos, que fazem a mulher acordar à noite, prejudicando-lhe o sono;
· Depressão e irritabilidade, que podem ser agravadas por problemas domésticos e no trabalho;
· Alterações nos órgãos sexuais, como por exemplo, coceira e secura vaginal, que causam dor e desconforto durante as relações sexuais;
· Diminuição do tamanho das mamas e perda de sua firmeza.
· Perda de elasticidades da pele, principalmente da face e a do pescoço.
Além disso, em longo prazo, a falta de hormônios femininos leva a outras alterações que não causam sintomas imediatos, mas que têm conseqüências graves, à saber:
· Os ossos ficam mais porosos e frágeis (osteoporose), o que leva ao encurvamento da coluna (a chamada “corcunda da viúva”) e ao aumento do risco de fraturas, principalmente nos quadris.
· Aumentam as gorduras que circulam no sangue e que se depositam na parede das artérias, levando à arteriosclerose, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares como infartos, “derrames” cerebrais e hipertensão.
O Município de Sorocaba, ainda não possui um programa voltado para o tratamento dos efeitos do climatério, apesar de possuir políticas voltadas a preservação da família, da vida e da saúde da mulher, através de uma unidade exclusiva.
O presente projeto representa um avanço na preservação da saúde da mulher e no bem estar da família, geralmente abalada com os problemas advindos com o climatério.
O projeto propõe ainda que o programa seja conduzido por equipes multidisciplinares de forma a permitir um diagnóstico rápido, correto e principalmente voltado à necessidade de cada paciente.
É bem verdade que, por iniciativa da deputada Estadual Maria Lúcia Amary, tal tema vem sendo tratado junto a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Todavia, dada a magnitude desta iniciativa, entendo ser urgente e necessário que as mulheres sorocabanas tenham acesso aos benefícios deste programa com maior celeridade, fato que justifica esta propositura.
Visando diminuir os efeitos do climatério e permitir que a mulher, nesta fase, mantenha a qualidade de vida, apresentamos o presente projeto para permitir diagnóstico e tratamento adequados.
Contudo, diante do exposto, por se tratar de matéria meritoriamente relevante, conclamamos os nossos nobres pares, no sentido de aprovarem a presente iniciativa.