Dispõe sobre denominação de “TOM JOBIM“ a uma praça pública de nossa cidade e dá outras providências.

Promulgação: 13/03/2013
Tipo: Lei Ordinária
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JUSTIFICATIVA:

 

O músico brasileiro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, conhecido como Tom Jobim, era maestro, arranjador, compositor, pianista e cantor. Sempre foi um artista completo, antes mesmo de ser um dos criadores da Bossa Nova, no fim dos anos 50.

 

Devido às suas incontáveis virtudes artísticas, elevou o nome de nosso país internacionalmente, tanto que a crítica americana saudou-o como um dos melhores compositores do mundo: o severo crítico Leonard Feather, do “Los Angeles Times”, considera “Águas de Março” uma das melhores canções de todos os tempos.

 

O número de composições de Tom Jobim, que tanto enriquecem nossa cultura, em 45 anos de carreira, ultrapassa 500. Entre elas, dezenas de obras-primas que se ouvem no país e no mundo: “Garota de Ipanema”, “Wave”, “Desafinado”, “Corcovado”, “Retrato em Branco e Preto”, “Se Todos Fossem Iguais a Você”, entre outras.

 

Além desse incontestável talento musical, Tom Jobim era um ser apaixonado e identificado com a natureza.

 

A evidência dessa afirmativa, extrai-se da obra dedicada a ele pela Editora Index, “Visão do Paraíso”, que seus textos se traduzem numa bela memória da Mata Atlântica, provando sua infinita paixão pela natureza. Como exemplo, podemos citar: “Dindi”, Borzeguim” e “Águas de Março”, todas inspiradas na Mata Atlântica.

 

Tom Jobim afirmava categoricamente que o belo visual da Mata inspirava para fazer música. “Na Mata Atlântica a vida é em profusão. Aqui é o pindorama, a terra das palmeiras... Mas é bonita a Mata, muito bonita! Por mais que a gente ande por aí, está sempre abismado com a exuberância de virtude, com a riqueza. Como diz o Drumond, é uma doação ilimitada a uma eterna ingratidão... Desta floresta incrível, exuberante, cheia de bicho, de planta, de árvore, restam só 7 ou 8%. Isso não é possível. Ouvi dizer que os homens, desde que desceram das árvores, começaram a cortá-las.”

 

Pelos textos acima, constata-se a preocupação deste brasileiro com os destinos da natureza e o eterno conflito entre ela e o homem.

 

Tão significativo é o liame entre Tom e a natureza que José Pedro de Oliveira Costa, Presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, assim definiu o artista: “Tom Jobim dedica e dedicou à Mata Atlântica a mesma atenção, sensibilidade, toda a força de sua privilegiada inteligência, que emprestou à sua produção musical. Estar na mata, sentir o cheiro do mato, seu amor pela floresta, ver, cantar um resto de mato na luz da manhã é algo natural, tão verdadeiro nele como a sua arte. Ele discorre sobre a Mata Atlântica como quem fala de sua casa, ou conta embevecido sobre a primeira namorada. Discorre horas sobre a floresta encantada, pássaros, azulões, tico-ticos, a beleza da mata virgem, sua importância como guardiã da água e da vida. Diz coisas incríveis, de conhecimento profundo. É testemunha visual da devastação bruta ocorrida nas últimas décadas e se revolta com isto... A obra de Jobim é hoje uma das melhores coisas que acontecem na vida de um brasileiro... Sua música é uma descoberta única, glória nacional como a obra de Villa Lobos, de Caymi, como a Batalha dos Guararapes.”

 

Assim, a presente proposição objetiva render uma justa homenagem a esse brasileiro reconhecido tanto por nós como por tantos outros países, eis que, a arte, a cultura e o amor eterno à natureza não conhecem limites ou fronteiras.